Tentar se salvar as vezes é como se matar aos poucos. Ninguém que se foi, será mais um na lista das vítimas do grande mistério que essa cidade enfrentou. Você será parte das pessoas mais fortes e corajosas que permaneceram vivos até o próprio limite...
dependência emocional, depressão, traumas emocionais, abandono parental, homofobia, luto, doutrinação religiosa, sexo, relacionamento abusivo, menção a sexo
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CASA DOS SINK
Um dia antes da tragédia mais esperada por aquela família acontecer, Jacey resolveu ter uma conversa mais esclarecedora com Lori. A jovem carregava com si a sensação de que algo muito ruim estava prestes a acontecer e não tinha nada que ela pudesse fazer, afinal, Sadie se trancava no quarto e não permitia que ninguém a visse, mas naquela manhã, naquela manhã estava tudo muito mais diferente do que nos outros dias. Antes que seus irmãos descessem logo, Jacey aproveitou a mãe sozinha na cozinha e se aproximou dela a olhando.
— Bom dia, mãe.
— Bom dia querida! — ela respondeu com certa empolgação. — Está tudo bem? Parece estranha.
— Eu não estou nada bem pra ser sincera. Eu tive um sonho horrível nessa noite com a Sadie e eu não sei explicar, mas estou com o pressentimento de que algo ruim vai acontecer logo logo. — ela comentou.
— Mas essa coisa ruim seria relacionada a que?
— Você sabe mamãe. — Jacey respondeu com um certo olhar insinuado. — Sabe bem do que estamos falando.
— Jacey a sua irmã vai ficar bem! — a loira tentou tranquilizar a filha. — Sabe, ela só está no momento dela e precisa de mais tempo. Infelizmente não podemos forçá-la a sair daquele quarto para ver ninguém e não podemos forçá-la a seguir em frente. Eu queria muito que essa fase da nossa família passasse logo, mas não cabe a mim decidir o tempo em que vamos ficar assim.
— Talvez a gente devesse levá-la a um psicólogo, internar ela em uma clínica. Sabe bem que ela pode sim fazer isso e não queremos um a menos na nossa família.
— Olha querida, a Sadie tem bastante motivos válidos pra querer fazer isso, mas não acho que a consideração dela pela própria família seja capaz de deixar de existir só porque a Emily não está aqui.
— Mãe, você sabe bem que temos essa possibilidade. Eu não quero perder minha irmã para sempre e você precisa fazer algo porque eu só posso tentar conversar com ela.
Lori coçou a própria testa e colocou as mãos na cintura, pensando se realmente deveria levar em consideração toda aquela conversa super estranha, mas que fazia algum sentido no final das contas.
— Jacey eu vou tomar providências para ajudar sua irmã, mas não posso fazer isso se ela não quiser se ajudar também. Não podemos forçar ela a nada disso.
