𝐌𝐈𝐃𝐍𝐈𝐆𝐇𝐓 𝐆𝐀𝐌𝐄 ☬ it & st cast

CAPÍTULO 45 - envolvimento

homicídio, traumas emocionais, drogas lícitas e ilícitas, negligência e abandono parental, homofobia

CASA DOS WOLFHARD

Eric sempre foi do tipo que se encaixava no perfil dos pais considerados "estranhos". Raramente Eric se juntava a um dos filhos para ter uma conversa agradável sem meter algo comprometedor no diálogo. Era visível que todo aquele envolvimento de Finn com Jack não era por uma simples amizade que ambos não tiveram nem tempo de ter e não era apenas por Finn ser diferente dele e ser uma pessoa boa. Ele sabia que tinha um motivo mais forte para que ele estivesse tão em cima daquilo tudo e naquele momento tão novo para a cidade de Fredericksburg, ele precisava prevenir Finn de qualquer ataque que a família Wolfhard pudesse ter. Naquela manhã, o mais velho entrou no quarto do filhos e se deparou com o caçula deitado na cama aparentando estar assustado com o bate que ele deu na porta.

— Poderia ter batido com mais calma, não? — Ele reclamou.

— Finn, não estou aqui para te acordar com um "bom dia" — ele gesticulou. — e nem para te trazer café na cama. Venho aqui para tratar novamente dessa palhaçada sua com o Jack que já deveria ter tido fim a muito tempo.

— Se acredita ou veio aqui insinuar que estou envolvido no sumiço do Jack-

— Vai fazer o que? Ter coragem de me olhar nos olhos e mentir dizendo que realmente não sabe onde ele está?

"Sim!". Foi o que Finn pensou enquanto permaneceu calado olhando para a figura altamente irritada do pai.

— Eu não estou falando sozinho! Vamos, assuma. Onde o Jack está?

— Por acaso o Gavin te convocou pra vir até aqui me perguntar sobre isso? Você nunca se importa com ninguém no mundo lá fora e agora deu de sempre ficar me enchendo por querer salvar alguém. Com esse sumiço eu não tenho nada a ver e acho que pelo menos dessa vez, deve acreditar em mim.

— Finn não ouse subestimar minha inteligência... A única pessoa que atacaria o Gavin nessa cidade, seria você. — ele o acusou, apontando o dedo em sua cara. — Você realmente está procurando meios de ferrar mais ainda a nossa família. O Gavin já me disse que não terá pena de quem fez isso com ele e-

— Pai pelo amor de Deus, tira essa amizade tóxica do seu caminho e para pra pensar um pouco em toda essa merda. — Finn apelou se levantando da cama. — O Gavin assassinou a própria esposa e se não foi ele em si que fez isso, está protegendo, se casou e teve filhos com a assassina da mãe do filho dele. Ele usa a sexualidade do Jack como doença e como culpa para tirar tudo das costas da Jana. O filho mais velho dele que nunca fez nada além de viver intensamente e querer ser feliz sem ter que se preocupar em ser perfeito, estava internado em uma clínica psiquiátrica sendo alvo de doses e mais doses de remédios controlados e sem contar a porra da porcentagem de droga ilegal que encontramos nos remédios dele. Ele foi capaz de fazer todos que cuidam do Jack assinarem a porra de um papel para que não fizessem nada além de "medicar" o Jack e deixar ele doente. — argumentou. — Acha mesmo que o Jack merece passar por tudo isso? Fora os fanáticos do prefeito engravatado da cidade que defendem ele com unhas e dentes como você. — ele terminou sua fala sentindo certa falta de fôlego. — Se foi eu, se não foi eu, agradeço a quem tirou o Jack desse pesadelo.

— Você gosta mesmo desse garoto?

— Pai, já era pra ter notado isso a tanto tempo. — o garoto riu. — Já era pra você ter notado isso antes mesmo dessa palhaçada toda começar. Por que acha que eu pinto minhas unhas? Por que acha que sempre fujo dos assuntos sobre garotas? Você já se deu conta do que eu realmente sou, mas sempre quis fingir e sempre quis eu agisse de alguma forma que negasse sua dúvida. Eu não me importo mais em esconder tudo que eu sinto por conta da sua aceitação. — Finn se aproximou do pai, ficando centímetros perto do seu rosto. — Eu sou gay! Eu gosto de garotos, beijo garotos, me relaciono com garotos e eu estou apaixonado pelo Jack. Só por favor... Não me culpe pelo sumiço dele porque eu realmente não tenho culpa.