Tentar se salvar as vezes é como se matar aos poucos. Ninguém que se foi, será mais um na lista das vítimas do grande mistério que essa cidade enfrentou. Você será parte das pessoas mais fortes e corajosas que permaneceram vivos até o próprio limite...
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4 DIAS DEPOIS
Faltando pouco para completar 1 semana da morte de Sadie, a lanchonete já havia conseguido um novo balconista. Para os clientes estava sendo um pouco mais difícil de se acostumar com a ideia de ter um homem ali servindo as mesas e que a partir dali, teriam uma figura masculina para defender os vários momentos de assédio que Lillis sofria. A garota apareceu na lanchonete depois de se recuperar pelos 3 dias que pediu a Arnold e encarou o novo colega vestido com o uniforme e uma cara de certa impaciência.
— Bom dia... — Ela começou. — Desculpa o atraso, eu-
— Não, tudo bem! — O garoto sorriu se mostrando compreensivo. — Arnold me explicou sua situação e de verdade, acho que seria bom você tirar até mais um tempo.
— Eu tiraria, mas não quero que meu namorado fique trabalhando por semanas até eu decidir voltar. — Sophia respondeu indo até os fundos. — Eu já volto, vou me vestir e aí continuamos essa conversa. — ela disse vendo o mesmo assentir enquanto ela entrava no banheiro para se trocar.
Durante os 3 dias que ficou em casa, Sophia não descansou nem a terça metade do que ela realmente queria. Saber que quando saísse daquele banheiro seria alvo de olhares com desejos sexuais e ainda ter que ouvir comentários escrotos, era o pior sentimento possível. Assim que terminou de se vestir, Sophia ajustou sua saia e a deixou um pouco acima dos joelhos porque até no balcão ela teria que se acostumar a ver um homem. Ela saiu minutos depois e se aproximou colocando a touca nos seus cabelos curtos.
— Voltei.
— Oi! — ele sorriu. — Antes de tudo... Muito prazer, Jaeden Martell! — o jovem sorriu de forma amigável estendendo sua mão, recebendo o aperto.
— Sophia Lillis! — ela sorriu. — Tenho a impressão de que já te vi nessa lanchonete um dia. Seu rosto me é familiar.
— Você me serviu um sanduíche um dia. Faz um bom tempo. Eu precisei desse emprego porque digamos que minhas condições não estão nas melhores agora.
— O que aconteceu?
— Eu briguei com a minha mãe e acabei sendo expulso de casa. Faz um bom tempo que isso aconteceu também então eu voltei pra casa dela, mas dessa vez foi definitivo. Eu estou em uma pousada atualmente, mas assim que eu receber meu primeiro salário vou tentar juntar e gastar o mínimo possível pra poder alugar um canto pra mim. — ele suspirou. — Vou te confessar que não é fácil sair de casa e ir para outro lugar sabendo que a partir de agora você é responsável pela sua vida.
