Tentar se salvar as vezes é como se matar aos poucos. Ninguém que se foi, será mais um na lista das vítimas do grande mistério que essa cidade enfrentou. Você será parte das pessoas mais fortes e corajosas que permaneceram vivos até o próprio limite...
luto, dependência emocional, assédio moral e sexual, homicídio, traumas emocionais, relacionamento abusivo, homofobia, agressão verbal, menção a sexo
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Depois de alguns dias sem nem dar satisfações sobre suas faltas constantes, Sadie resolveu sair da cama e tomar coragem para se despedir de seu emprego. Não era como se ela saísse e tudo fosse melhorar do dia para a noite, mas ela queria mesmo era eliminar algo que a fazia tão mal de sua vida. Mesmo com Sophia ao seu lado dividindo aquele balcão, ainda era extremamente chato e cansativo continuar naquele emprego que acima de tudo pagava pouco. Alguns clientes se assustaram quando viram a mesma sair de dentro do carro com certa frieza e adentrar o cômodo sendo alvo de olhares.
— O que foi? Nunca me viram?
Ela questionou curiosa e notou o silêncio dos clientes logo se voltando em direção aos fundos onde ficava o escritório de Arnold e bateu na porta 3 vezes antes de entrar sem paciência alguma para esperar e parou em frente a mesa esperando que o mais velho notasse sua presença ali.
— Em que posso ajudar, Soph- Sadie? — O mais velho a olhou confuso. — O que faz aqui depois de tantos dias, Sink?
— Bom, eu vim aqui pedir minha demissão dessa espelunca.
— Como é? Demissão?
— Exatamente! — ela rebateu. — D e m i s s ã o. — Ela soletrou letra por letra.
— E por que quer pedir demissão?
— Porque primeiramente eu estou cansada de trabalhar em um lugar que me paga pouco e não importa quantas vezes eu reclame, ainda me paga pouco e eu não estou em um bom momento para ser assediada pelos seus maravilhoso clientes.
— Sadie, sinto em informar que sair daqui não vai trazer sua namorada de volta.
— Eu sei que nada vai trazer a Emi de volta, mas eu não estou fazendo nada disso por ela e sim por mim. Minha saúde mental não está na melhor fase e eu não quero aguentar abusos no meu local de trabalho.
— Acha que sair de todo emprego todas as vezes em que não estiver bem vai resolver alguma coisa?
— Acho. Pelo menos dentro da minha casa eu vou poder colocar fones e não ter que ver ninguém estendendo a mão para eu levar sanduíches com tortura animal e nem ser alvo de olhares por parte deles. — a ruiva desabafou. — Eu estou extremamente desgastada de tanto ficar aguentando isso e eu não vou piorar minha saúde mental só porque eu não vou te deixar feliz com isso.
— Vai ser capaz de deixar a Sophia sozinha nessa lanchonete?
— Qual é, Arnold? — ela riu. — Vai me dizer que você não tem 5 dólares pra pedir para alguém pendurar a porra de uma placa na porta dessa espelunca oferecendo vagas de garçom ou garçonete? Sua situação está pior do que eu imaginei.
