Tentar se salvar as vezes é como se matar aos poucos. Ninguém que se foi, será mais um na lista das vítimas do grande mistério que essa cidade enfrentou. Você será parte das pessoas mais fortes e corajosas que permaneceram vivos até o próprio limite...
luto, homicídio, menção ao suicídio, homofobia, agressão verbal, negligência política e policial, doenças degenerativas, assédio moral e sexual
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A limpeza da lanchonete continuou depois da pequena crise de choro que Sadie teve e se passaram quase 20 minutos quando ambas as atendentes pararam para analisar o estabelecimento e perceberem que estava tudo limpo, até mesmo mais limpo do que todos os dias quando elas limpavam devagar e com mais cuidado e atenção. Sadie enxugou algumas lágrimas que continuaram caindo e após terminar o serviço junto com Sophia, escorou-se na vassoura que usava e olhou para Sophia.
— Está tudo pronto? Tem certeza que não esquecemos nada?
— Acredito que não! — Lillis olhou ao redor, certificando-se que estava tudo limpo. — Podemos ir embora. Quer que eu te leve até seu apartamento?
— Se você quiser, seria uma ótima companhia. — Sadie sorriu fraco. — Obrigada mais uma vez por me apoiar.
— Não precisa agradecer por eu cumprir meu papel como amiga e estar junto com alguém que sempre esteve comigo também.
Sadie agradeceu mentalmente pela milésima vez por ter Sophia como sua amiga e foi com ela até os fundos onde elas arrumaram suas coisas e saíram da lanchonete em direção ao prédio. Estava tudo bem! Sophia estava conseguindo destrair Sadie até que elas subissem até o andar onde Sadie dividia seu apartamento com Emily e chegaram na porta. Sadie levou sua chave até o tambor, mas notou que a porta já estava aberta.
— Ué, será que a Emily já voltou?
— Acho que sim. — Sophia deu de ombros. — Talvez ela tenha esquecido a porta aberta.
— Tudo bem, pelo menos ela está aqui.
Sophia notou a ansiedade de Sadie em ver sua amada e se ofereceu para trancar a porta enquanto via Sadie caminhar de certa forma animada até o banheiro do quarto. Dali em diante, tudo ficou em silêncio e Sophia aproveitou para deixar sua bolsa ao lado do sofá até ouvir gritos de Sadie.
— Sadie o que houve? — a garota a chamou assustada ao perceber que Sadie gritava desesperada e chorava ao mesmo tempo. Assim que chegou no quarto, viu a amiga desesperada enquanto tentava engatinhar até o box. — AH MEU DEUS! S-Sadie... — Sophia colocou as mãos na boca caindo sentada no chão, sentindo seus olhos marejarem. — SADIE NÃO! NÃO FAZ ISSO. — Ela a chamou desesperada engatinhando rapidamente até Sadie e segurando seu antebraço. — Não podemos tocar nela, tá cheio de vidro espalhado aí. Por favor, sai de perto.
— Eu sabia... Eu sabia que alguma merda ia acontecer. — Sadie desabafou se deitando no chão enquanto soluçava. — Emily meu amor... Deus não, por favor! — ela pedia repetidamente enquanto Sophia começava a deixar que sua ficha caísse e caísse no choro também. — SOCORRO! ALGUÉM ME AJUDA... — Sadie pediu enquanto olhava para o corpo de Emily.
