A febre de Felix estava baixando aos poucos, mas continuava alta e ele ainda alucinava, soltando murmúrios baixos e quase impossíveis de decifrar. As vezes ele recobrava a consciência, mas poucos minutos depois desmaiava.
Os panos sujos pelo sangue de Felix foram levados para baixo, dentro de uma caixa, ele tentaria queimar o tecido manchado permanentemente de vermelho.
Jisung se perguntava mentalmente como os militares de Andena ainda não tinham vindo procurar em sua casa, com certeza as câmeras ao longo do caminho devem ter gravado os dois irmãos, e eles tinha um rastro de sangue até a sua casa.
O Han também brigava consigo mesmo por sua péssima mania de deixar as janelas abertas, por esse descuido deixou dois fugitivos se esconderem em sua casa.
Anotando mentalmente: deixar as janelas fechadas a partir de hoje, isso se esse maluco me deixar viver.
- O que foi? - o jovem perguntou com uma clara preocupação na voz - A situação do meu irmão é ruim?
- O que? - Jisung ficou confuso por um instante, nem tinha percebido a careta que estava fazendo antes - Não é nada com o seu irmão, se eu continuar cuidando dele por algum tempo, ele vai ficar bem, não é um ferimento profundo. Mas ele perdeu bastante sangue.
Ele respirou aliviado, Felix era a única pessoa que ele se preocupava e tinha ao seu lado, era seu irmão. Minho fugiu de Yxen pelo seu irmão, sua vida não teria sentido algum se o perdesse agora.
Som de batidas foram ouvidas.
Jisung ficou confuso por um instante, a reunião não iria acabar tão rápido, normalmente duram por um dia inteiro, mas ele lembrou, pode ser os militares. E não foi só o Han que percebeu isso, Minho também percebeu.
- Atenda, mas se nos entregar eu mato o militar e por último você.
O Han revirou os olhos, se levantou e saiu do quarto. Minho ficou lá dentro, esperando que os militares entrassem no sótão.
Estava mais que disposto a proteger seu irmão, mesmo que morresse por isso.
Jisung abriu a porta devagar, se deparando com um jovem alto, com pouco mais de 20 anos, com cabelo longo e escuro.
- Capitão Hwang, que honra recebe-lo na minha humilde residência, novamente... - o Han sorriu sem-graça - O que o trás aqui? Hoje não ouve nenhuma explosão.
- Estou a procura de dois fugitivos perigosos e armados de Yxen. - o Hwang respondeu simplesmente - Se me der licença, irei entrar.
Sem esperar a resposta do Han, Hyunjin entrou na casa, logo começando a abrir os quartos a procura dos irmãos Lee.
- Não tem nada aqui, Capitão! - Jisung comentou chateado, com uma atuação até que convincente - Procure se quiser, então!
Jisung fingiu não se importar e se sentou no sofá, mas logo percebeu algo muito incriminatório, pingos de sangue no chão da sala. Ele se levantou sem chamar a atenção do Hwang e ficou com os pés em cima dos pingos.
Mas tinha algo que o Han havia esquecido: a caixa com os panos manchados de sangue. E é claro que Hyunjin encontrou.
Isso só o fez ter mais certeza ainda de que os Lee's estavam escondidos nessa casa. Ele subiu as escadas, sendo seguido de perto pelo Han, que mostrou um traço de desespero em seu rosto.
- Aqui não tem nada! Eu já falei isso, Capitão! Você tem um mandado? Se não tiver, isso é invasão domiciliar!
- Cale a boca! - o Hwang murmurou estressado e abriu a porta dos quartos.
Mesmo abrindo a porta de todos os quartos do andar, ele não encontrou os irmãos, ele observou o corredor, até encontrar um único pingo de sangue á sua frente.
O garoto ferido deve ter passado por aqui...
Ele procurou lugares em que poderiam se esconder, e encontrou sua resposta olhando para cima. O sótão.
O Hwang abriu o sótão, a escada caiu na sua frente, permitindo-o entrar. Antes mesmo de subir seu corpo por completo, a arma disparou, Hyunjin se abaixou para evitar a bala e pulou para dentro. Jisung ficou embaixo, temendo subir e ser atingindo por uma bala não perdida, porque era capaz do jovem disparar contra ele só de raiva.
Hyunjin sacou sua pistola e mirou na perna de Minho, disparou, mas acertou só de raspão. Mas a dor e o choque foi o suficiente para atordoar os reflexos do jovem por alguns segundos, o bastante para o Hwang se aproximar e começar uma luta corporal com o Lee. Em questão de luta corporal, Hyunjin com certeza era melhor.
Ele derrubou o Minho e usou a arma do próprio Lee para ameaça-lo a ficar no chão.
- Foi bom estar fora das suas muralhas por algumas horas? - o Hwang perguntou enquanto algemava o Lee.
Antes de terminar de algema-lo, ele sentiu um chute nos seus joelhos, era fraco, mas o bastante para fazer o foco do Hwang recair sobre o garoto semi-acordado na cama. Essa distração ajudou Minho a se levantar e a pegar a arma das mãos de Hyunjin, batendo a coronha na cabeça do Hwang com toda força que reuniu.
O Hwang caiu no chão com um baque, Minho encarou seu irmão, que parecia recobrar melhor a consciência, ele suspirou aliviado.
Tinha conseguido protegê-lo.
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Rebellion
FanfictionEm um mundo de distopia, o povo foi separado pelo governo, seguindo a hierarquia de sangue, onde filhos de famílias nobres ou generais viviam no lado de luz, paz e esperança, chamado Andena. Mas os filhos de trabalhadores sem valor ficavam em um lug...