Rebellion

Eu não sou uma criança

Felix já não sabia bem o que pensar da situação em que estava, primeiro achou que estavam indo bem, que conseguiriam vencê-los, depois ficou meio assustado, mas continuava com esperanças, agora sentiu tudo se esvair. Ele estava cansado, lutou como se sua vida dependesse disso, porque realmente dependia, felizmente, a adrenalina o impedia razoavelmente de sentir dor, o suor já estava misturado com o sangue e terra, fazendo sua aparência não ser tão convidativa e agradável, suas roupas tinham diversos rasgos, tanto de lâminas afiadas quanto de galhos, e alguns pontos pareciam ter sido bruscamente agarrados e puxados durante uma luta.

O Lee corria entre as árvores seguindo os outros três, ajudando a apoiar o Yang à sua frente, a sua parte lógica gritava para que o soltasse e corresse para se proteger, sabia que isso estava os atrasando e ajudava a aproximação dos soldados. Mas ele não era insensível dessa forma, não faria isso com alguém que esteve ao lado do grupo, os ajudando sempre da forma que conseguia e até mesmo trazia um pouco de leveza para as situações ruins.

Ao chegarem na estrada, correram para o outro lado e usaram o carro como uma "proteção" temporária, onde deixaram Jeongin. Jisung ficou levemente levantado para ver a chegada dos soldados, assim como Felix, enquanto Seungmin levantava a camisa do mais novo, logo depois soltando um arfar assustado e até mesmo desesperado, chamando a atenção dos outros dois.

Não era somente um tiro, e sim vários, todos os tiros que foram disparados em sua direção naquele momento o acertaram. Ainda havia uma perfuração diferente na cintura do Yang, parecia um ferimento feito por uma lâmina.

Jeongin estava fraco o suficiente para sequer conseguir mexer sua cabeça, sua visão escurecia gradualmente e isso trazia um sentimento de desespero em seu peito. Ele achou que dessa vez conseguiria, todos fizeram o seu melhor, e ele queria mostrar o seu melhor para eles, mostrar que poderia ser útil e ajudar no campo de batalha, deu tudo de si para isso, ignorando seu cansaço e dor. No momento em que aquele soldado caiu em cima de si, Jeongin ignorou a dor que sentiu em sua cintura, a adrenalina de certa forma ajudou, mas aquilo atrapalhou seus movimentos.

A dor tomava conta da sua mente, estava alheio a tudo ao seu redor, as vozes pareciam muito distantes, quando tocavam em si, doía, muito, mas não conseguia mexer-se. Quando tentava dizer alguma coisa, sentia como se seu corpo ardesse em brasa. Queria poder gritar e mostrar o quanto estava doendo, mas sentia como se não estivesse no controle do seu próprio corpo.

Seungmin tentava pressionar os vários machucados do Yang, mas isso não iria fazer efeito, era somente uma ação desesperada, ele percebeu os vários momentos em que Jeongin tentou abrir a boca em dizer alguma coisa, mas não saia nenhum outro som que não fosse murmúrios embaralhados de dor, em uma dessas tentativas acabou por tossir sangue.

— Não tente falar! — Seungmin proferiu para o Yang.

Felix e Jisung observavam a cena, sem conseguirem reações, um companheiro morria em sua frente. Para o Lee, isso não era algo que via pela primeira vez, mas não importava quantas vezes tenha passado por situações parecidas, ainda doeria. Para Jisung, era a primeira vez que via um companheiro morrer na sua frente, sem poder fazer nada para ajudar, Jeongin estava em um estado grave demais, não havia hospitais próximos ou casas, estavam no meio de uma estrada que levava à uma cidade com uma população mínima.

Mas talvez, nenhum deles saísse bem do local, já não tinham esperanças de vencer, ainda mais quando perceberam mais um par de faróis se aproximando, já haviam jogado tudo para o ar, morreriam, mas pelo menos morreriam lutando.

Porém, perceberam que na verdade, aquele veículo que se aproximava poderia ser a sorte e esperança que precisavam. Quando se aproximaram, Felix percebeu algo e pediu para Jisung abaixar sua arma, que já mirava para a silhueta visível, era Minho, segurava alguma coisa na mão, que logo foi jogada no meio dos soldados, explodindo em gás que os cobriram, sendo alvos de tiros do Lee.

Minho saiu da janela, entrando no carro novamente, voltando depois com uma arma maior, parecia preocupado, mas também eufórico por poder usar armas de maiores portes, aproveitando o maravilhoso fuzil que tinham conseguido na delegacia.

O carro parou próximo do carro em que estava o Huening, Minho saiu do carro, sendo seguido pelo Hwang. Com a ajuda extra que chegou, Jisung e Felix sentiram uma injeção de energia ser aplicada e com isso, se disponibilizaram a ajudar, agora tinham uma ajuda que cobria as desvantagens que tiveram durante o confronto, o lugar foi limpo dos soldados gradualmente, diferente do solo, que abrigava diversos cadáveres.

Felix se virou para seu irmão após respirar pesadamente, sorrindo para ele, Minho estava bem e isso o deixava com um peso aliviado, os Lee's se abraçaram, felizes por se reencontrar novamente, Han e Hwang se cumprimentaram, cansados, mas felizes.

Então as duplas mudaram, Hyunjin se dirigiu ao Lee, com um sorriso convencido.

— O seu incentivo deu certo, viu? — o mais velho abrigou o corpo do menor em seus braços em um abraço acalorado — Agora eu gostaria de agradecê-lo.

Hyunjin afastou seus corpos parcialmente, Felix sentiu a mão do Hwang tocar seu queixo, levantando levemente o seu rosto, observando o rosto do mais velho se aproximando do seu e sentindo a respiração mais próxima.

Para ambos, agora era ligeiramente diferente de antes, o momento em que os lábios tocaram-se, mostrava um sentimento de desejo e até um pouco de alívio, encaixando se perfeitamente um ao outro e alheios a qualquer um ao seu redor, como se estivessem desesperados por aquilo há muito tempo e finalmente matavam esse desejo em meio as respirações pesadas.

Quando separaram seus lábios com um leve estalo, seus pulmões imploravam por mais ar enquanto seus rostos queimavam. Felix procurou pelos outros dois, que não estavam próximos, percebendo a figura de Minho que estava atrás do carro.

O Lee mais novo correu naquela direção, encontrando Jeongin deitado no chão, sua cabeça estava em cima da coxa de Seungmin enquanto ele chorava, deixando suas lágrimas caírem no rosto do Yang. Seus ombros tremiam e sofriam solavancos com soluços que rasgavam a sua garganta com brutalidade, ao mesmo tempo em que era silencioso, olhando para ele conseguia perceber a dor.

"Eu não sou uma criança, eu sei me cuidar e sei meus limites."

Jeongin provou para Seungmin que não era uma criança, que tinha bravura, coragem e força, mas provou também que não sabia os seus limites.

A culpa dessa perda recaia em seus ombros.

Um grito sofrido, carregado de culpa, perda, dor e angústia ecoou pela estrada e floresta, trazendo ao ambiente sentimentos densos. Apesar de terem vencido os inimigos, fracassaram em deixar todos à salvo.

O que mais queriam evitar havia acontecido, perderam mais alguém.

Digam feliz aniversário para esse serzinho aqui! chaeswingy hoje é o seu aniversário!

Feliz aniversário! Muito obrigada por estar sempre presente por aqui e trazer felicidade para essa simples escritora, você é incrível ❤

Aqui começamos em meio ao desespero, fomos para tristeza, depois para euforia e boiolisse e terminamos com tristeza! Amaram? Uma incrível misturinha.

Agora parem de me ameaçar, obrigada ❤