O clima já estava pesado antes, agora parecia ainda pior, Jisung e Minho mal se falavam, na verdade sequer mantinham contato visual, diversas vezes o Han tentou se aproximar e conversar com o Lee mais velho, porém nunca tinha sucesso nas suas investidas.
Não só isso, mas a cada dia que passava, a rebelião que antes era uma ideia, passou a ser algo definitivo, diziam com toda certeza que isso iria acontecer, isso os deixava com os nervos à flor da pele. Já discutiam como conseguiriam mais armas sem chamar atenção, curativos para o caso de um ferimento e bombardeavam Hyunjin de perguntas sobre a defesa na residência do governador.
- Tirando a defesa das muralhas, a residência do governador é a mais protegida de toda Andena. - Hyunjin suspirou - Estive dentro do gabinete algumas vezes, mas o ar é muito pesado, eu sempre ficava cercado de soldados armados, mesmo eu sendo o capitão.
- Mas passamos pela muralha, com uma certa facilidade. - Felix deu de ombros.
- Facilidade essa que te fez ser esfaqueado?
- Isso não vem ao caso.
O Hwang sorriu com um ar de vitória.
- A zona 2, que foi de onde todos vocês fugiram, era onde a defesa estava mais fraca, porém, se tentassem fugir pela zona 4, por exemplo, seriam massacrados, lá tem mais que o triplo de soldados.
- E a zona 2 ficou mais enfraquecida ainda por ser o aniversário de 100 anos de paz, não é? - Bangchan perguntou.
- Exatamente.
- Tá, mas como vamos conseguir armas? - Changbin interferiu.
- Esqueceram que temos o filho do maior fabricador de armas de toda Andena? - Jeongin apontou para Jisung, sentado em uma das extremidades da mesa, completamente quieto.
- Não peçam ajuda a ele. - Minho disse alto - O Han não vai fazer nada, é melhor que ele não se meta nesse assunto.
Jisung levantou a cabeça, encarando Minho com uma certa pontada de tristeza e raiva.
- Desde quando você responde por mim?
- Não respondo por você, mas a partir do momento em que deseja voltar para casa, o é melhor é que não saiba e não se meta! Até estar aqui nessa mesa já o faz ser indesejado!
- Você acha minha presença aqui indesejada? - Jisung se levantou com raiva, fazendo Minho seguir seu movimento e também ficar em pé.
- É exatamente o que eu estou dizendo.
- Minho, cansei, você está me tratando dessa forma há dias!
- Para você, é Lee.
- Está bem, Lee, você conseguiu, vou embora daqui.
Com isso, Jisung se afastou da mesa e subiu as escadas apressado. Todos que continuaram sentados na mesa estavam em choque, era verdade que eles não vinham se tratando bem nos últimos dias, mas essa explosão repentina os mostrou o porquê de tudo isso.
- Irmão... - Felix se aproximou de Minho - Não precisava tratá-lo dessa forma...
Sem responder Felix, Minho saiu do casarão velozmente, sem dizer uma palavra sequer. Conhecendo seu irmão, talvez o Lee mais velho só tivesse saído para desabafar sua raiva.
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Assim como o Lee mais novo pensava, Minho saiu para desabafar, não sua raiva, mas sim sua tristeza. Tratar Jisung daquela forma o machucava, pois via aquela expressão magoada do garoto e seus olhos se encherem de lágrimas, que não eram derramadas na sua frente, pois o Han evitava mostrar sua fragilidade para quem estava o destratando daquela forma.
Ele só queria que Jisung voltasse para sua casa e voltasse a viver como antes, não queria que ele se metesse mais ainda em toda essa bagunça e afundasse a enorme carreira que tinha pela frente na lama. Toda essa bagunça na vida desse Han era sua culpa, ele arrastou uma pessoa que não tinha nada haver com seus assuntos. Talvez ele só se sentisse responsável pelos sentimentos ruins que Jisung sentia, talvez isso só doesse tanto por causa dessa culpa de Minho, querendo ou não, ele criou afeição pelo Han.
Durante o tempo que divagava ele chegou nos mesmos destroços no qual estava no dia em que conversou com Jisung enquanto observava o céu. Minho se sentou no mesmo lugar em que estava naquele dia e observou o céu, que hoje estava completamente nublado, sem poder ver nenhuma estrela sequer.
Um som alto fez com que ele desviasse seu olhar e observasse a estrada, onde viu um carro preto de aproximando rapidamente do casarão Han. O primeiro movimento que consegui fazer foi se enfiar no meio dos destroços para que passasse despercebido, após o carro passar, ele saiu e observou o carro, que parou na frente do casarão.
- Merda...
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- Jisung! - Felix exclamou - Tira essa ideia de ir embora, pelo menos, não vá desse jeito! 'Tá de noite e esse horário é perigoso!
- Ele está certo! - Changbin concordou - Imagina se você sai, é encontrado por ladrões, que quando perceberem que você não tem um tustão furado, vão te matar ou espancar e jogar seu corpo no meio da estrada ou em um lago!
Bangchan deu uma cotovelada no Seo, fazendo-o se calar, isso conseguiu arrancar um pequeno sorriso de Jisung, mas ele ainda estava machucado, não aguentava mais ter que engolir Minho o tratando de forma tão indiferente, como se ele não fosse nada. Lee Minho realmente queria se livrar dele.
Decidido, ele desceu as escadas, onde viu Seungmin, Jeongin e Hyunjin na sala, em pé.
- Você tem certeza? - Hyunjin perguntou - Quando eu voltei, me arrependi amargamente.
- Eu não tenho nenhuma cumplicidade com vocês oficialmente, então estou à salvo.
- Sentiremos saudades! - Jeongin o abraçou.
- Fique tranquilo, você ficará em paz, não tocaremos um dedo sequer em você ou em sua família. - Seungmin sorriu levemente.
Jisung não respondeu, mas sorriu para reconfortá-lo. Antes que fosse até a porta, ouviu um barulho vindo de fora, parecia ser um carro.
- Escondam-se! - Jisung sussurrou.
Rapidamente, todos subiram as escadas, afim de se esconderem no segundo andar, mas lá de cima ainda conseguiam ter uma visão limitada do que acontecia em baixo. O Han esperou que a porta fosse aberta, revelando uma figura mais do que familiar.
- Pai?!
- Jisung?!
Antes que conseguisse processar o que estava acontecendo, Jisung sentiu seu corpo ser envolvido nos braços longos do senhor Han.
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Rebellion
Fiksi PenggemarEm um mundo de distopia, o povo foi separado pelo governo, seguindo a hierarquia de sangue, onde filhos de famílias nobres ou generais viviam no lado de luz, paz e esperança, chamado Andena. Mas os filhos de trabalhadores sem valor ficavam em um lug...