Mais uma vez, Han se encontrava na frente da porta daquele senhor, batendo desesperadamente para que ele abrisse. Ficou por tanto tempo que começou a gritar, até que a porta foi aberta, mas dessa vez era uma jovem.
- Vocês são os garotos que meu avô falou, suponho...?
- Acho que sim.
Ela olhou para Changbin, que carregava Minho em suas costas.
- Entrem, meu avô e eu vamos cuidar dele.
Ela abriu espaço para que pudessem passar e os levou até um quarto, onde deixaram o Lee, em uma cama de solteiro com lençóis brancos. Pouco tempo depois, o senhor entrou e se sentou em uma poltrona no canto, ficando quieto, deixando que sua neta fizesse o trabalho inicial.
- Como ele se machucou? - ela perguntou tirando a camisa de Minho e olhando o ferimento.
- Estávamos caçando, mas esse moleque - Changbin apontou para Jeongin - é inexperiente com armas e o acertou.
- Como vocês deixaram um garoto inexperiente caçar com uma arma? - todos ficaram quietos - É o seguinte, saiam, meu avô e eu cuidaremos dele.
- Não vou deixar ele sozinho. - Felix respondeu ríspido - Quero ficar ao lado dele.
- Vai sair sim, gostamos de fazer nosso trabalho sem aborrecimentos.
Jisung se aproximou de Minho deitado e escondeu o pulso dele com uma tira de tecido, que arrancou da sua própria camiseta.
- Por que está fazendo isso? - a garota perguntou levantando a sombrancelha levemente.
- Ele tem uma cicatriz, eu acho que ele não quer que pessoas desconhecidas vejam.
- Cicatriz...?
- Acho melhor não saber. - o Han saiu de perto da cama e foi para a porta - Deixaremos nas suas mãos.
Todos saíram da sala, exceto Felix que se recusou, mas foi expulso poucos minutos depois.
- Nós nem sabemos o nome deles! - o Lee explodiu - Como vou deixar a vida do meu irmão nas mãos de alguém que não conhecemos?
- Do mesmo jeito que ele deixou sua vida nas minhas. - Jisung respondeu se sentando - Também não estou confiando muito neles, mas não temos opções.
- Por que você mesmo não cuida do meu irmão? Cuidou de mim!
- É diferente! Eu não sei como tirar uma bala, okay?
- Felix, tente se acalmar, só podemos esperar. - Bangchan deu um tapinha leve no ombro do loiro - Se estressar não vai ajudar.
O Lee bufou e se sentou em um canto escuro, escondendo seu rosto com os joelhos encolhidos. Jisung preferiu observar a casa do médico, que tinha diversos quadros pintados a óleo. Em cima de uma mesinha tinha diversas fotografias, uma delas da garota dentro da sala, mas estava sentada pintando um quadro, o Han a pegou e observou, por curiosidade, tirou a fotografia da sua moldura e viu o verso: Minha pequena Ryujin.
Ryujin, então esse é o nome dela, mas e do velho?
Jisung continuou mexendo nas fotos, até Changbin pedir para ele parar, a última coisa que queriam era passar uma má impressão para o velho e sua neta, tinham que cuidar muito bem do Lee.
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- Você tem certeza disso? Estamos andando à horas, estou morrendo, quero descansar! - Seungmin reclamou.
- Meu deus, para de ser dramático! - Hyunjin gritou com raiva - Não vai morrer só com isso. Nem parece que treinou por anos.
- Olha aqui, você é a última pessoa do mundo que pode reclamar de drama. Não era eu que vivia se debatendo e gritando.
- Estava garantindo minha sobrevivência.
- Não, estava garantindo socos e chutes do Minho. - o Kim zombou.
- Quer saber? Para de me seguir! Entendeu? Fique aqui e morra de fome!
O Hwang gritou e começou a caminhar mais rápido.
- Brincadeira! Parei, viu? Não falo mais nada! - Seungmin correu para continuar ao lado de Hyunjin - Só espero que sua teoria esteja certa. Onde é essa residência dos Han's, que você falou?
- Oealea, eles têm uma residência, um pouco antiga, mas dá para passar alguns dias, ou se esconder de olhares indesejados.
- Oealea? A famosa Oealea! Sempre quis ir!
- Por que? É um lugar deprimente.
- Eu ouvi que é um bom lugar!
- Era um bom lugar, até uma década atrás. Hoje em dia não passa de destroços.
Seungmin não entendeu, pois sempre ouvia falarem de Oealea em Yxen, as pessoas diziam que era um lugar maravilhoso para se viver, e metade dos Yxenianos eram de Oealea, antes de serem trancafiados nas muralhas. Um lugar extremamente antigo.
Mas o mais antigo do que o lugar, era as histórias sobre Oealea, pois à tempos que essa cidade havia perdido toda a sua beleza.
Antes era uma cidade, com diversos vilarejos pequenos à sua volta, sempre estava movimentada, tinha festas e comemorações, noites para danças em grupos e muita comida. Mas tudo foi destruído quando o prefeito de Oealea foi acusado de traição, tudo foi destruído e incendiado pelos soldados, os moradores, até mesmo dos vilarejos próximos, foram mortos brutalmente e o prefeito foi executado publicamente.
Os moradores que conseguiram sobreviver escondidos, se mudaram para outros vilarejos, uma grande quantidade indo para Sacred Lakes, que agora também não deveria passar de cinzas.
Mas ninguém de Yxen sabia disso, então continuava sendo um lugar maravilhoso.
Hyunjin e Seungmin descobriram sobre o incêndio em Sacred Lakes durante sua viajem, quando pararam em uma vila e ouviram os moradores conversando sobre isso.
Sacred Lakes não existia mais, só tinha cinzas e corpos carbonizados, diferente de Oealea, ninguém conseguiu sair com vida, os soldados não deixaram, fizeram uma barricada ao redor para que ninguém saísse com vida. Mas os fugitivos continuavam vivos, escondidos.
Querendo ou não, essa notícia foi um alívio para ambos, mesmo que Hyunjin não admitisse.
- Por que está voltando para o grupo? - Seungmin voltou a falar depois de um tempo - Achei que odiasse todo mundo e quisesse estar o mais longe possível.
- Eu odeio todo mundo, mas acho que não tenho mais para onde ir.
- Só cuidado para não falar merda e apanhar de novo, vivia fazendo isso e apanhava de Minho.
- Cala a boca de novo, sua companhia fica melhor quando você não fala.
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Rebellion
FanfictionEm um mundo de distopia, o povo foi separado pelo governo, seguindo a hierarquia de sangue, onde filhos de famílias nobres ou generais viviam no lado de luz, paz e esperança, chamado Andena. Mas os filhos de trabalhadores sem valor ficavam em um lug...