Capítulo Quatro

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Iara

Deitada na cama comecei a pensar no que aconteceu ontem de noite. Se eu soubesse que dona Alessandra é mãe daquele idiota eu teria pedido pra Priscila ir pegar o bolo.

O cara é um babaca arrogante. Mas lindo, e gostoso, e cheiroso! Puta que pariu, que pensamento é esse Iara.

Cara falou com todas as letras que é bandido, dono do morro. Melhor eu ficar é longe.

— Iara, a Neide falou pra você ir lá no salão dela pra fazer a entrevista, amanhã as 9 — sentei na cama deixando o celular de lado e ouvindo a Sabrina entrar.

— Tá, obrigada Sabi — agradeço e vou até o banheiro pra fazer minha higiene matinal — eu faço o almoço hoje, vou lá no mercado, pode ficar de boa.

— Você que ia fazer mesmo — preciono os lábios e olho pra ela que ri — tô indo, já já tô aí — ela sai de casa, estava indo trabalhar.

Fui no quarto pra pegar o celular e depois fui colocar o café com um pão de queijo e fui comer na sala. Patrícia saia mais cedo, também estava procurando emprego por aqui. Eu fiz curso de manicure e cabeleireira e então achei esse salão, ela disse que estava a procura mesmo de manicure e então me candidatei.

Quando terminei de tomar café troquei de roupa pra ir no mercado, um shortinho mesmo e uma blusa curtinha, amarrei o cabelo num coque e sai de casa. Ia comprar uns bifes e a salada que não tinha.

Quando cheguei no mercado fui logo colocando o que precisava. Parei pra conversar e pedir informação de onde era o que. Queria saber aonde tinha farmácia mais próxima e padaria. Essas coisas comuns. Priscila não explicava as coisas direito.

— Acho que me perdi — murmurei pra mim mesma olhando pros lados — que saco! — arrumei as sacolas e fui andando.

Aqui tinha muito beco, e a gente morava justamente aonde era mais cheio de casas, e tinha muita viela pra voltar e eu acabei me perdendo. Parei e olhei em volta, tinha beco que ficava tudo escuro e dava até medo.

Comecei a andar de novo e senti alguém me seguindo, olhei pra trás e vi um cara, meu coração acelerou, olhei pra frente e comecei a apertar o passo. Olhei pra trás e cara tinha sumido. E agora não sabia se ficava aliviada ou com medo dele vir atrás de mim por algum motivo.

Olhando pra trás ainda andava rápido descendo as escadas até que virei uma esquina e bati de frente com alguém. Olhei pra frente e vi que era o cara que tava me seguindo. Olhei pra ele e uma raiva me subiu. Comecei a bater nele.

— Você é imbecil ou se faz? — falo batendo no peito dele.

— Ficou com medo? — Cobra pergunta e tenta segurar minhas mãos.

— Qual o seu problema? Se soubesse o que nos sentimos quando um homem segue a gente você nunca faria isso — falo parando de bater nele e levo as mãos no peito.

— Eu sei, mas já vou avisando que aqui no meu morro isso acontece não — ele diz me olhando. Percebo agora que ele está com um boné preto enterrado na cabeça, com uma camisa preta e uma calça jeans.

— O mínimo — disse e ele levanta as sobrancelhas — da pra ver que você comanda bem isso aqui. Dando susto nos moradores.

Meu AlvoOnde histórias criam vida. Descubra agora