Capítulo Sete

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Cobra

Só parei de socar a cara do cara quando o vi todo ensanguentado.

— Você tá fodido na minha mão — senti R9 me puxando, os meninos estavam fazendo o mesmo.

Ele me olhou com certo medo, e tava certo, eu gostava desse olhar direcionado a mim, de temor, de pavor de mim porque era isso que eu era, era o terror pra quem se metesse no meu caminho.

— Para com isso chefe, o cara já tá todo cheio de sangue — Juca falou me olhando parado na minha frente.

— Todo mundo vai embora, essa palhaçada aqui acabou — falei alto pra todo mundo naquele lugar.

A casa da Iara tava lotada de gente e eu nem sei de quem foi a ideia de fazer festa aqui, e tudo bem fazer mas desde das 4 da tarde, duas brigas na mesma festa? Já tinha que ter acabado a muito tempo, moradores tava reclamando e estava chamando muita atenção com o uso de droga, eu tive que vir acabar com isso. Cheguei aqui com R9 e nos separamos pra tentar achar as donas de casa.

Foi rápido quando vi a Iara gritando e atraiu o olhar de todos ali perto, foi quando eu vi o filha da puta do Amaral empurrando ela e ela caindo do chão. Aquilo me subiu um ódio tão grande, não aguentei e fui pra cima dele. Bater em mulher de jeito nenhum, encostar de maneira nenhuma, não aceito ver e não fazer nada. Me intrometi na hora.

Os amigos dele seguraram o Amaral e tiraram ele de lá enquanto todo mundo da casa ia saindo também. Olhei pra trás vendo as duas loiras perto da Iara no chão e ela desacordada. Fui até ela, porque ainda não tiraram ela do chão?

— Deixa eu pegar ela — falei pra uma das loiras que eu sei lá quem é.

— Leva ela pro quarto — a outra loira fala quando eu vou por ela no sofá. Arrumo o corpo leve dela nos meus braços, andando pelo corredor elas abriram a porta do quarto dela e eu coloquei ela na cama.

— Ela tá sangrando — R9 fala olhando pro meu braço.

— Aí meu Deus — uma das primas dela se desespera.

— Tem que levar ela pra upa então — falei e fui pegar ela de novo.

— Sem carro? A upa é longe — a loira de top preto e com um short jeans disse.

— Eu tô de carro — eu disse e sai do quarto, fui direto pro meu carro.

Parece que eu tava adivinhando pra vir de carro já que eu ando só de moto.

Coloquei ela no banco de trás e as primas da Iara já foi entrando junto com R9 que entrou no banco da frente. Nem esperei o Juca ou o Gael e só acelerei. De carro foi rapidinho pra chegar na upa.

Sai do carro pegando ela no calo e quando entrei a recepcionista já chamou os paramédicos dali.

— Coloca ela aqui — um disse segurando uma maca — o que aconteceu?

— Ela caiu e bateu a cabeça — eu disse olhando o homem passando uma lanterna no olho dela. Eles começaram a arrumar ela na maca e a ver o machucado.

— Não é profundo mas vai precisar de ponto — Ele disse no fim e me olhou ele me conhecia, sabia quem eu era, todo mundo aqui sabia, essa upa só estava funcionando por minha causa, porque eu corri atrás pra comunidade.

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