Capítulo Oitenta

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Cobra

Sentei na cama olhando a Iara terminar de vestir a legging. Vi seu cabelo meio bagunçado caindo e ela se levantando pra fazer um coque pela terceira vez já que ficava desfazendo.

— Tá difícil aí amor? — ela respirou fundo sem conseguir passar a legging pelas pernas que estavam suadas.

Ela não quis tomar um banho por não ter toalha e alegar que seria pior pra vestir a legguin, eu já logo tomei o meu porque nem sei quando vão me levar pra tomar banho de novo.

— Eu odeio essas calças — ela volta a tentar subir até que consegue e suspira alto se jogando na cama com os braços abertos me fazendo rir.

Não deu tempo da gente fazer nada, mal matei a saudade dela o cara do lado de fora da cela avisou que só restava mais 15 minutos de visita.

Coloquei minha cabeça em cima da barriga dela a abraçando forte e ela colocou as mãos na minha cabeça. Sentia só sua respiração na barriga que subia e descia pelo esforço feito.

— Não gosto de despedidas — ela falou, levantei a cabeça encontrando seus olhos tristes.

— jaja eu tô lá com tu — ela passou a mão no meu cabelo e desceu pro meu rosto — eai não vamos mais nos despedir porque tu vai morar comigo — ela ri negando com a cabeça.

— Será que a gente se aguenta? Você é chato, sabe disso né?

— Ah e você não é muito diferente, já cansei de ouvir as gêmeas falar que tu é chata com limpeza — digo e ela dá de ombros.

— Eu gosto das coisas limpas, isso é um defeito? — ela me olhou levantando uma sobrancelha — Você é porco por acaso?

— Lógico que não — subo em cima dela mais deixando todo meu peso e me aproximando da sua boca.

— Sei... tua mãe me disse umas coisas aí — franzi o cenho.

— Não vale se for história de quando eu era criança — ela começa a rir.

Sabia que ela e minha mãe tinha uma amizade muito especial, e minha mãe como não guarda segredo nenhum já deve ter soltado um monte de podre meu.

— Você pregava meleca nas paredes seu seboso — reviro os olhos.

— Eu tinha 6 anos.

— Eca — ela faz uma careta de nojo — não quero mais ficar com você.

— Você não tem escolha sobre isso — ameacei e ela abriu a boca fingindo surpresa e eu sorri de lado — eu te amo pra caralho — ela levanta as sobrancelhas quando eu falo.

— Que isso? Somos parceiros — ela olha pra minha boca me fazendo rir e apoiar os cotovelos em cada lado da sua cabeça — Essa amizade colorida foi longe demais, você se apaixonou por mim, agora ficou chato.

— Você que disse que se apaixonou primeiro — ela ri de lado saindo do personagem da brincadeira.

— Bem lembrado, tive mais atitude que você.

— Eu não disse com as palavras claras mas eu sempre quis você — beijo o canto da boca dela.

— Sabia que tu ia cair no meu papinho — ela fala se achando e circula ao braços no meu pescoço — eu te amo — ela diz raspando o nariz pequeno no meu e depois me beijando.

Iara é minha fortaleza, ce tá doido não tem como ignorar o que eu sinto por essa mulher, nunca achei que ia acontecer isso. Achar alguém que eu quero realmente do meu lado pra mim era impossível, até porque tem que abrir mão de uma vida tranquila e comigo não tem essa né.

Meu AlvoOnde histórias criam vida. Descubra agora