Capítulo Setenta e Quatro

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Iara

— Ai que susto garota! — olho pra Patrícia que estava com a mão no peito quando acendeu a luz da cozinha — qual o seu problema? Porque ta no escuro?

— Só vim pegar um copo d'água — deixo o copo de vidro da pia da cozinha — Nicole acordou? — ela balançou a cabeça — deixa comigo — vou .direção só quarto da Patrícia.

Eu vinha dormir na casa dela como estava fazendo, só que dessa vez revezando com ela pra cuidar da Nicole que chorava a noite inteira, toda hora ela tava com fome ou tinha que trocar ela. Patrícia deixou algumas mamadareiras prontas com seu leite para que eu pudesse dar, já que ela estava tão cansada que as vezes dormia com ela no colo.

Não é fácil não, ainda mais sendo mãe de primeira viagem e não sabe muito bem as coisas.

— Oi titia — chego no quarto encontrando ela no berço chorando com o bocão — Quer comidinha? — pego ela no colo e volto pra cozinha pra pegar o leite — vamo lá atrás do seu leite.

Chego na cozinha e a Patrícia estava lá enchendo a garrafinha de água dela gigante.

Já que ela tinha muita sede e também pra evitar ficar levantando da cama.

— Eu dou o leite — ela diz e eu nego com a cabeça.

— Pode voltar a dormir, eu fico com ela, ela dormiu por duas horas vai ficar acordada por um tempo ainda — digo tirando o leite que a Patrícia tinha acabado de retirar e passando pra mamadeira.

— Você é incrível, já te disse isso?

— Já, mas pode repetir que eu goste que amacie meu ego — ela bate no meu ombro.

— Você não tá é conseguindo dormir né? — olho pra ela que estava com uma sobrancelha levantada — como se eu não te conhecesse.

— Não consigo dormir.

— Sei exatamente o que está sentindo — ela fala.

Patrícia me entende complementamente mesmo, até porque estou passando a situação que ela passou quando foi visitar a primeira vez o Juca.

Agora seria a minha vez, iria ser a primeira vez o Felipe, nesse domingo.

Sim, estava muito ansiosa, a gente se fala toda semana e diversas vezes ele diz que jaja tá aqui, que vamos nos encontrar e eu acredito mas a demora dói, é tanto tempo.

— Acho que tô assustada com tudo isso — olho pra Nicole que tava olhando pra tudo bem atenta, agora sem chorar — não só a visita mais com a proporção que isso tá tomando — a olho de volta.

— É assustador, a gente tá indo visitar criminosos, eu tive uma filha nessa brincadeira — ela fala me fazendo rir baixo.

— Ô brincadeira boa — falo e ela me bate com o pano de prato.

— Tu tá num fogo, cuidado que lá você vão estar com a sogra e não pode ter nem muito contato.

— Que isso, nem disse nada — falei e ela cemicerrou os olhos.

— Tu vai na visita íntima Iara? Tem coragem?

Precionei os lábios pensando nisso. Deve ser tão... constrangedor fazer algo naquele lugar, com gente ao lado escutando, e as pessoas que vão fazer a revista já sabendo o que você vão fazer lá.

Meu AlvoOnde histórias criam vida. Descubra agora