Capítulo Dez

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Iara

— Ela vai aceitar? — Sabrina perguntou enquanto me via tomar o café.

Ela dizia em relação a Neide sobre o atestado, e sobre isso eu não fazia ideia, mas eu não queria perder esse emprego. Poderia trabalhar lá de segunda a segunda mas não queria perder, mas eu não conseguiria fazer nada com meu pé e meu braço assim.

— Não sei, espero que sim — digo sem muitas esperanças, até porque as ameaça dela nós últimos dias de que se eu não voltasse segunda minha vaga seria preenchida por outra rapidinho me assusta.

— Pensamento positivo, ela vai aceitar, e se não você vai achar outro emprego — Patrícia diz levantando da mesa com um sorriso de orelha a orelha.

— O que você tem? Não vejo essa alegria toda desde que você ganhou 1.000 reais naquela promoção do mercado — digo e ela me olha com cara de tédio. Sabrina ri alto quando lembro disso.

Patrícia era a mulher dos sorteios, nos mercadinhos, farmácias, padarias, ela sempre ganhou bicicleta, ganhou dinheiro, chegou a ganhar até uma bis.

— Ela deu, essa safada — franzo o cenho quando a Sabrina diz — reparei isso ontem a noite, ela não quer falar com quem.

— Já disse que não dei pra ninguém, eu em — ela caminha até a porta cozinha — pode nem ficar mais feliz que é por causa de piroca.

Era bom ver as duas já resolvidas. Elas conversaram, resolveram seus problemas em relação a ficada com o Juca, eu não sabia o que elas tinham resolvido, se iriam dividir ou se nenhuma das duas ficaria com ele, só sei que agora elas estão em paz.

Por enquanto.

— Lógico — Sabrina fala enquanto Patrícia calçava as sapatilha — ninguém é feliz as 6 da manhã de uma segunda-feira Patrícia, só se tiver dado — ela revira os olhos.

— Tchau pra vocês — ela arruma a mochilinha nas costas — Boa sorte Iara.

— Valeu — ela sai deixando eu e a Sabrina ali — Quem tu acha que foi?

— Não faço ideia, não vi ela saindo com ninguém.

— Como assim com ninguém, ela ficou com o Juca? — ela me olha pensativa.

— Ela pegou quem eu peguei? Não, ela não faria isso.

— Para com isso Sabrina, quem divide multiplica — ela ri do meu comentário — e outra, você gosta é do Gael que eu sei.

— Quem gosta de quem amor? Só se for ele, eu gosto é de mim — precionei os lábios — homem é pra sentar, negócio de gostar — ela pega a bolsa — vamos descer juntas? — assinto.

— Vou só escovar os dentes.

《《◆》》

Com a minha bolsa no ombro eu engoli em seco antes de entrar no salão.

Segunda-feira, como prometido eu estava aqui mas não pra o que a Neide queria. O salão estava com duas clientes quando cheguei, uma fazendo o cabelo e a outra a unha.

Comprimento todas ali perguntando pra a Kelly, uma das manicures, se a Neide já tinha chegado.

— Já sim, ela tá na sala dela, tá tudo bem com você? Fiquei sabendo da briga que teve lá perto da sua casa — balanço a cabeça.

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