Capítulo Cinquenta e Quatro

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Iara

— Iara — abro os olhos quando vejo a Kelly me chamar.

Estou deitada de barriga pra baixo terminando de pegar o meu bronze, viro a cabeça e a vejo agachada do meu lado.

— Então... o Cobra tá atrás de você, você poderia descer e falar com ele? — levanto uma sobrancelha.

Mas era um palhaço, quer falar o que? Tudo bem que eu acabei de saber que ele tava na casa do lado vendo tudo o que eu estava fazendo junto a um bonde grande de homens mas eu não incomodei ninguém.

Apesar da provocação não tenho nada a falar com ele.

— Falar com ele? Não, meu celular tá aqui, se ele quiser me manda uma mensagem — digo voltando a deitar a cabeça.

Estava toda loirinha por já ter passado o descolorante em tudo e já tirei só estou mais um pouco no sol.

— É que...ele ta meio nervoso sabe — abro os olhos de novo — ele mandou você descer, agora.

— Como é? E quem ele acha que é pra mandar em mim — sorrio — agora que eu não desço mesmo.

— Iara vai sobrar pra mim.

— Vai nada, desce mais não, fica ai, ignora jaja ele cansa e vai embora — ela dá de ombros e só murmura um "ok". Depois disso ela se vira e volta o trabalho dela.

— Você é corajosa — olho pra a mulher do meu lado que estava passando um óleo corporal na pele — quem é que tem coragem de peitar um cara daqueles.

— Ue mais eu não tô fazendo nada demais, paguei pra estar aqui, não tô fazendo nada de errado — ela me olha, a mulher tinha olhos castanhos claros, tem o cabelo bem curtinho vermelho, ela é muito bonita, a pele negra chegava a brilhar ainda mais com o óleo.

— Mas você não é qualquer uma e nem ele — ela se senta — prazer Iara — ela estendeu a mão pra mim — sou Cassandra — aperto a mão dela.

— Pelo jeito já me conhece — ela sorri olhando pra frente.

— Todo mundo te conhece, além de estar saindo com o dono daqui ainda saiu na mão com a ex dele — cemicerro os olhos pra ela.

— Tá, idai? Agora todo mundo sabe da minha vida, que ótimo... — digo sarcástica.

Já não sou de ficar falando sobre a minha vida, mas como eu tenho uma baita sorte fui me meter logo com quem parece celebridade nessa favela, que saco.

— Relaxa, é porque o Cobra chama atenção mas se eu fosse você aproveitava essa bajulação toda — olhei pra ela com curiosidade pra o que ela falava.

— Aproveitar?

— É, você pode ter muita coisa, a Hellen aproveitou, usava roupas de graça de um monte de loja só pra fazer propaganda, maquiagens, salão, jóia... tudo — me levanto de cima da toalha me sentando.

— Mas eu não tenho nada com ele.

— Iara deixa de ser boba mulher, tá na cara que ele tá afim de você, tá até tentando te controlar, usa pro seu bem — ela pisca.

— Como sabe dessas coisas? — ela bebe água da garrafinha e me olha novamente.

— Eu sou mulher do Neto, um dos vapores do Cobra e também já fui muito amiga da Hellen — a encaro.

Amiga da Hellen? Concerteza não tem nada a favor comigo.

— Já foi? Não é mais? — pergunto e ela nega com a cabeça.

Meu AlvoOnde histórias criam vida. Descubra agora