Capítulo Setenta e Nove

2.6K 135 3
                                    

Iara

Não havia filas como da última vez.

Era uma hora marcada pra cada detento. Quando Ângela me disse que a visita foi marcada pra às 5 da manhã eu até fiquei surpresa do Felipe ter aceitado tão fácil assim a visita, mas aí quando comentei Ângela me disse que ele não aceitou nada, xingou ela mais que tudo e falou que se me visse aqui ia nem sair da cela.

Marrento como sempre.

Ângela disse que era o único horário que tinha já que foi de última hora, mas que por mim tudo bem. Quero ver é o que o senhor rabugento vai achar disso tudo se ele não concordou com nada e já que fizemos pela suas costas.

— Estarei aqui quando sair — Zeca falou pra mim quando fechei a porta do carro — boa sorte patroa — sorri e o olhei.

— Patroa? De onde?

— Fiel do chefe, é patroa — ele falou e eu o encarei me dando conta daquilo.

Realmente, algumas coisas eu ainda não me ligava que entrando na vida do Felipe de algum jeito ficaria ligada a facção se eu quisesse.

Como agora estou colaborando com sua fuga.

Fui em direção a aquele presídio pra entrar logo, sem que o medo me dominasse.

Não minutos em que se seguiram foram apenas algumas assinaturas, entrega de documentos, principalmente a que eu tive que comprovar que tinha uma relação estável com ele registrada cartório.

Chegando a uma mulher ela pediu pra revistar a sacola e eu dei pra ela.

Como na visita anterior ela tirou tudo da sacola e verificou cada item, olhei pra o tanto de coisas que a Alexandra tinha preparado, tinha bolinhos, biscoitos, bis. Só besteiras, que era a cara do Felipe mesmo, já que ele tem um paladar infantil.

A mulher pegou um pacote que me fez morrer de vergonha, mesmo eu sabendo que ela sabe o que eu vim fazer, já que visita íntima remete a um sexo com o presidiário, mas Alexandra colocar 5 pacotes de camisinha me deixava extremamente constrangida.

Aonde ela achou isso se nem sair de casa a gente saia?

A mulher não ligou e passou todos os pacotes em uma espécie de máquina e só entendi o que era quando vi na tela que seria pra ver onque tinha dentro do pacote.

Engoli em seco me preocupando se aquilo pegaria a chave na minha calcinha.

— Tudo liberado — ela coloca tudo dentro da sacola — vai pra aquela sala — ela apontou pra uma porta e eu peguei a sacola e fui em direção. Antes deu bater na porta uma mulher já abriu  me pedindo pra entrar.

— Tira a roupa e fica ali em cima do espelho — e lá íamos de novo pra essa vergonha.

Tive que tossir, virar pra um lado e pro outro e ficar até de cabeça pra baixo pra ela analisar meu couro cabeludo, tudo pra a mulher saber que eu não carregava nada dentro do meu corpo.

Quando sai da sala com a vergonha nas alturas por que ela viu até onde a luz do sol não tocava chegou a hora do temido detector de metais.

Mesmo sabendo que a chave era de plástico me assustava.

O cara veio passando aquele aparelho por todo meu corpo, eu já estava vestida. Até que o negócio apita na e eu olho pro homem.

— Tire a blusa por favor — ele mandou e eu olhei se tinha outra pessoa na sala, havia uma mulher acompanhando o que me dava mais alívio, não sei a índole de ninguém né.

Meu AlvoOnde histórias criam vida. Descubra agora