Capítulo Sessenta

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Iara

— Iara, meu Deus você tá em que mundo — Patrícia estrala os dedos na minha frente.

Suspiro fundo passando a mão no rosto, eu tava bem distraída esses dias, reconheço nem estar fazendo as coisas direito.

Desde o dia em que fui ver o Cobra na semana passada eu estava assim, passei essa semana inteira pensando em muitas coisas.

Em como tô apaixonada por aquele homem, no porque me sujeitei a sentir isso, mas aí eu penso que ninguém tem controle de nada, aconteceu pela forma que tinha que ser.

— Foi mal — murmurei voltando a mexer no computador.

— Ia, você não tá bem, já tem dias que você não é a mesma, o que foi? — Patrícia se abaixa do meu lado. Olho pra ela e balanço a cabeça.

— Tá tudo bem, só tô meio pensativa — sorri fraco pra ela e passei a mão na barriga dela — e esse neném? Não tá com fome? — ela coloca a mão na barriga dela e sorri de lado.

— Nós já vamos embora — ela se levanta e anda até o filtro pra beber água.

A barriga dela não aparecia em nada, Patrícia sempre teve corpão, coxas grossas e a barriga um pouquinho só avantajada mas não aparecia nada de gravidez, estava com o corpo normal.

— Gael me mandou uma mensagem hoje — ela me falou se sentando na minha frente — O Juca vai poder receber visitas — me arrumo na cadeira colocando os cotovelos em cima da mesa.

— Sério? E você vai querer ir?

— Na verdade ele falou que se tem alguém tinha que ser eu, nenhum dos meninos vai aparecer por la a não ser aquela advogada — a menção daquela mulher chega me dar uma antipatia.

Não por causa dela, ela até foi legal comigo, mas eu ainda tive muito ciúmes.

O Cobra nunca mais quis falar comigo, não me liga ou sequer manda alguma mensagem, não que ele precisasse me dar alguma satisfação mas... eu queria saber como ele estava sem ir até ele.

Só tinha uma pessoa, a dona Alexandra.

— E você vai querer ir?

— Eu vou — ela falou decidida — preciso falar pra ele que tô grávida, o que ele vai fazer depois eu não sei, mas minha parte vou fazer — balancei a cabeça.

É a melhor coisa, ele é o pai e o Juca até então sempre pareceu alguém legal, mas também não vai me surpreender se ele não quiser saber da criança. Das pessoas a gente espera tudo.

Conversei mais um pouco com ela até dar nosso horário, terminamos de organizar mais algumas coisas e então fomos embora, quando chegamos em casa dona Alexandra estava na frente de casa com uma vizinha.

— Boa noite — comprimento junto com a Patrícia e elas me cumprimentaram de volta.

— Pois então tá Vanilda, depois a gente se fala mais — dona Alexandra falou com a vizinha que se despediu com dois beijos na bochecha e depois foi embora — meninas chegaram tarde hoje.

— É, umas coisas pra resolver — falei e ela balança a cabeça.

— Eu vou entrar que hoje o dia foi cheio, boa noite Alexandra.

— Boa noite querida — ela falou e me olhou.

— Será que a senhora teria um tempinho pra mim? — disse e ela sorriu.

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