Iara
Rolei na cama pro outro lado.
Não conseguia pregar os olhos, estava cheia de curiosidade pra saber o que tava acontecendo no baile aonde eu conseguia escutar perfeitamente a música alta, mais especificamente como que alguém estava.
Alguém com o vulgo Cobra.
Me corria de ciúmes em saber que agora ele pode estar com outra pessoa, outra mulher. Talvez uma muito mais bonita que eu.
Nossa, ele deve levar todas pra a cama dele, a mesma que eu tava dormindo ontem, a mesma que eu e ele transou.
Que raiva eu sentia de mim mesma, por estar com ciúmes de alguém que não me pertencia, que eu mesma resolvi que não queria nada, e agora tô aqui me doendo porque talvez ele esteja comendo alguém.
Ah Iara deixa de pensar nisso, ele é um homem livre e eu uma mulher livre também, posso ter quantos e quem eu quiser.
Se fosse fácil assim decidir isso, só quero um, só um me importa, eu saio, tentei beijar algumas bocas, mas nunca consigui tirar o infeliz da minha cabeça, não desde que o conheci.
Porque eu tinha que ter ido atrás desse cafajeste? Na primeira vez que eu vi ele. Eu sou uma idiota, fui atrás dele perguntando qual era o problema dele comigo porque ele não falava comigo, me enganei porque queria mesmo era que ele tivesse me dado atenção ali, queria que ele me olhasse e já me quisesse e eu tenho certeza que muitas das nossas brigas teria diminuído e a gente teria gastado nosso tempo com outras coisas.
Sinto que consegui cochilar um pouco as 3 da manhã, mas as 7 já estava em pé. Tomei um banho quando acordei e fui do quarto quando senti um cheiro de café.
Quando cheguei na cozinha me deparo com a Sabrina coando o café.
— Oi — me sento na mesa da cozinha e ela só me olha e volta a coar o café.
— Bom dia — ela deixa o coador dentro da panelinha que tinha fervido o café e coloca a garrafa na mesa — tuas olheiras tão gigantes, perdeu o sono foi? — ela pergunta.
Coloco os cotovelos na mesa e apoio o rosto nas mãos a encarando.
— Completamente — ela me olha curiosa — acha que Patrícia vai contar pro Juca sobre a gravidez? — trato de mudar de assunto porque não queria falar de mim, não quero falar do sentimento que tem crescido no meu coração que ainda nem sei administrar.
O sentimento que tanto repúdio, que dizia nunca mais sentir.
— Não sei... — Sabrina fala ignorando também o fato deu não entrar no meu assunto — o que cabe a mim é que vou ajudar, o pai ajudando ou não, não interessa — respiro fundo olhando pra garrafa de café — a gente só escolhe macho errado né, nossos dedos podres — ri pequeno — a outra ainda me aparece grávida — ela ri também.
— Você não tá bem com o Gael?
— Não, estamos bem, normal sabe? — ela abre a lata de leite em pó e coloca no café — mas eu penso no futuro Iara, e o Gael veio com um lance de morar com ele — levantei as sobrancelhas.
— Sério? E o que você acha?
— Acho que tá cedo — ela me olha — mas eu quero também, é tão complicado — a encaro — e agora com a Patrícia assim não quero ficar longe dela.
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Meu Alvo
Romance📍Vidigal - Rio de Janeiro As vezes superar alguém é difícil mas não é impossível. Se torna mais complicado se não se permite viver algo novo, Iara não se da esse direito e também não deseja nenhum relacionamento sério. Cobra é da mesma forma, lida...