Capítulo Cinquenta e Um

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Iara

Mexia na parte aonde tinha uma pelinha no canto do meu polegar perto da minha unha estava saindo. Levei até a boca querendo arrancar e quando fiz sentir arder.

A ansiedade estava me matando, fazia 15 minutos que Patrícia estava dentro daquele banheiro e nada dela sair.

Sabrina andava de um lado para o outro, sem parar. Já estava prestes a furar o chão quando escutamos o barulho da porta do banheiro.

Me levantei rapidamente e junto com a Sabrina encontramos a Patrícia no corredor com os testes na mão, a gente ficou esperando ela agir e quando levantou os olhos cheios de lágrimas nos sabemos o que tinha acontecido.

Patrícia nos enrolou o dia todo pra tentar descobrir se estava ou não realmente grávida. Apesar disso o dia na clínica foi agitado então nós distraímos e também a Sabrina estar cima a gente aqui agora é melhor.

— Paty? — Sabrina a chama baixo — fica calma.

— Não dá, eu tô grávida do Juca, isso... — ela nega com a cabeça e coloca as três fitinhas na mesa da sala — deu tudo positivo.

Olhei pra as fitinhas com as linhas vermelhas em cada um. Engoli em seco pensando em tudo isso, era loucura,  pensar em alguma criança entre a gente.

— Eu não sei o que vou fazer — ela senta no chão — quando que eu vou dar conta de criar alguém é impossível — me abaixo na frente dela junto com a Sabrina.

— Meu bem você não está sozinha, acha que eu e a Iara iria te largar e não te ajudar com isso? — Sabrina diz e eu balanço a cabeça.

— Concerteza, jamais a gente deixaria você sem amparo — ela me olha limpando a lágrima que caia pelo seu rosto — e agora que a clínica foi inaugurada o salário que vou ganhar vai nos ajudar tanto aqui em casa.

— Mas é seu, cada uma tem seu dinheiro isso não é justo com nenhuma das duas — ela diz abaixando a cabeça.

— Não existe isso de justiça, a gente prometeu estar sempre juntas Patrícia, sempre — Sabrina diz a olhando.

— Paty, você sabe que vamos dar de tudo, jamais faltara nada pra vocês dois — ela me olha, os olhos bem vermelhos e as lágrimas escorrendo — e ainda tem o Juca, acha que ele largaria você de mão?

— E você acha que posso contar com ele? Preso? Nunca — ela encolhe as pernas — tô sozinha.

— Não tá sozinha tem eu e a Sabrina, não somos inválidas, todo mundo aqui trabalha, a gente da conta — falo e seguro sua mão, Sabrina também pega a outra mão dela e seguro a da Sabrina — tente ficar calma, vai tudo dar certo.

Patrícia olha pra nós duas e sorri fraco.

— Amo vocês duas — abraçamos ela ouvindo ela rir mais um pouco.

De tudo o que eu tenho as meninas são o que tenho de mais precioso. E por mais que as vezes a gente se odeiem e queria sair no murro sempre estarei com elas.

— Seremos titias Iara — Sabrina diz fazendo a gente rir.

— Seremos — desço a mão pra barriga dela e a olho — com muito prazer.

Meu AlvoOnde histórias criam vida. Descubra agora