Capítulo Cinco

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Iara

— Aí você é lá de São Paulo então Iara? — olho pra a cliente chamada Luciana.

Eu estava fazendo progressiva nela e engatamos em uma conversa já que ela perguntou de onde eu era.

Achei um emprego, a Neide tem um salão e ele é um dos mais procurados aqui no morro, ela logo precisava de uma cabeleireira e eu já tava disposta a ocupar o lugar.

Fiz a entrevista em um dia e me pediu pra voltar no outro dia pra fazer um teste, e fiz, como já tinha experiência em outro salão que já havia trabalhado lá em São Paulo fiz o que fazia lá. A cliente saiu super satisfeita e eu mais ainda. Neide gostou muito do meu atendimento e da forma que fiz a escova na cliente.

Foi muito rápido, em uma semana eu já estou aqui trabalhando, hoje já é meu terceiro dia aqui. Eu e mais duas cabeleireiras fazia os cabelos. Eu disse pra Neide que também sabia arrumar a unha mas ela disse que por enquanto me contratou só para cabeleireira, e por mim tá ótimo, 1.300 já vai fazer tanta diferença pra mim e pra as meninas, ajudar lá em casa e tudo.

Eu fazia a progressiva na Luciana que estava conversando comigo, disse que também não é do Rio de janeiro mas veio com o marido que é daqui, ela é do Maranhão.

— Sou sim Luci.

— E está gostando do Rio?

— Sim, estou sim, é uma nova fase da minha vida, estou recomeçando — ela assente pra mim — Vamos lá lavar o cabelo? — ela concorda se levantado pois já tinha dado a hora de lavar.

E foi assim durante o dia todo, hoje era uma terça-feira e foi muito agitada, as meninas daqui costumam vir muito a tarde e em dia útil. Na verdade o salão nunca ficava vazio, sempre tinha horário marcado, eu mesma desde que cheguei nunca faltou uma só cliente pra mim. A agenda da Neide é bem organizada, e por isso ela marca de acordo com os horários certos e em qual cabeleireira para dar certo, as vezes tem como ir fazendo as unha e ao mesmo tempo então ela já encaixa em um horário pra tudo dar certo.

Volto pra casa cansada, é muito bom ter seu trabalho e seu dinheiro mas claro que cansa, estou em pé o dia inteiro, só parei e me sentei na hora do almoço e depois nunca mais. Mas tá ótimo não estou reclamando, antes trabalhando muito do que sem emprego, ai não.

Entrei em casa ouvindo o pagode rolar solto e encontro Patrícia dançando com um rodo e cantando.

— uh uh uh uh uh, turma do pagode... — ela cantava animada e ia empurrando a água da sala para fora.

— Nossa que animação pra sete da noite de uma terça — ela me olha.

— Até que fim tu chegou — ela coloca o pano de chão no rodo — vai se arrumar, vamos sair.

— Ah não, tô destruída Patrícia, vou passar.

— Mano, faz nem três dias que tu tá trabalhando e já tá parecendo um cadáver.

— Obrigada pela parte que me toca — vou direto pro meu quarto — Não vou a lugar nenhum, vou tomar meu banho e dormir — falo alto pro causa do som da porta do meu quarto e fecho.

Tomo meu banho tranquilamente e quando saio deito na minha cama e suspiro.

Nossa, nada como chegar em casa e deitar na sua caminha, isso é bom demais. Ligo a televisão e ponho na Netflix e procuro algo pra assistir.

Meu AlvoOnde histórias criam vida. Descubra agora