Capítulo Trinta e Seis

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Iara

Eu acordei cedo hoje.

Iria ir até a loja hoje e não tinha ninguém que ia me impedir. Não estou mais doente, talvez só esteja me recuperando só com um pouco a imunidade baixa mas estou ótima.

Vesti uma calça na cor vinho e uma camisa preta, revitalisei só alguns dos meus cachos pois o volume está lindo, me dá raiva pois sempre fica assim quase sempre perto de lavar.

Calço um par de tênis vans vermelho e saio do quarto mexendo no celular.

Entrei na minha conversa com a Alexandra pra saber se ela iria hoje, se não eu iria sozinha mesmo. Ao chegar na sala encontro Sabrina e Patrícia que me olharam atentas.

— Bom dia — falei e me sento na mesa vendo a mensagem da Alexandra.

Dona Alexandra: minha querida, hoje não vou, deixei a chave com meu filho e esqueci de pegar, mas você não tinha esquecido estar de repouso?
07:34

Iara: Entendi!
07:35
Iara: Estou recuperada, vou voltar a ativa, e obrigada novamente pelo seus cuidados ❤
07:35

Desligo o telefone e deixo de lado colocando um pouco de café em minha xícara. Percebo que a cozinha estava bem silenciosa e eu levanto o olhar pra as meninas que estavam bem caladas.

— O que houve com vocês? Parecem duas matracas de manhã — falo e elas me olham.

— Aonde vai? — Sabrina me pergunta de uma vez me fazendo revirar os olhos.

Me prenderam ontem em casa o dia todo, Sabrina se acha minha mãe e por isso age igual tal. Me proibiu de sair de casa e ainda me deu a pior bronca que já tive na vida depois daquele ocorrido.

Mas já havia passado um dia, nos brigamos feio porque eu respondi dizendo que ela não era minha mãe, que eu fazia o que eu queria e ela também não ficou calada né.

Patrícia entrou no meio e acabou sobrando pra coitada.

Eu estava muito nervosa ainda, aquela tal Hellen tinha me tirado toda paciência, me lembrei de uma situação do passado, e me machucou deixar que aquilo tivesse me afetado assim.

Jean já chegou a me bater, uma vez quando eu tinha 17 anos e na minha formatura escolar eu bebi muito, acabei ficando trilouca e beijei um dos meus melhores amigos na época.

Justamente um que o Jean sentia muito ciúmes na época, contudo foi um selinho sem se quer vontade de outra coisa, beijei minhas amigas também, era como se tivesse sido uma despedida, mas Jean ficou muito irritado quando me viu fazer isso.

Foi uma briga muito feia, e nós dois estávamos bêbados, nada ajudou então falamos e escutamos coisas um do outro que não foi legal e numa dessas ele me bateu.

Na frente de todos meus amigos.

E a vergonha me veio como um murro no dia em que aquela mulher me bateu, lembrei de tudo aquilo de novo, e de tudo o que deixei que acontecesse comigo naquele relacionamento, e mesmo que a situação atual não tenha haver com nenhum relacionamento amoroso, foi humilhante.

— Vou fazer meu serviço — falei simples e peguei um biscoito de sal do pacote.

— Não acha que deveria se manter em casa por mais um tempo? — Patrícia fala e eu a olho.

— Não acho — olho pra Patrícia — não vou atrás daquela mulher, Cobra prometeu deixá-la bem distante de mim, e duvido que ela chegue perto outra vez — as duas me encaram — mexeu com a minha cabeça esse tapa, não foi só uma situação de provocação pra mim, me fez lembrar de uma parte ruim da minha vida — desabafo com as duas — e aproveitando o momento — me arrumo na cadeira — desculpa por ontem, gritei com as duas e sei que só estavam tentando me ajudar, pensei melhor e sei que não foi certo, foi um blefe, me desculpem.

Meu AlvoOnde histórias criam vida. Descubra agora