Capítulo Oitenta e Três

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Iara

— Mãe não chora — Felipe dizia enquanto estava abraçado com Alexandra.

— Como não? Você é meu único filho Felipe — ela falava chorando — eu posso não ser a mãe que você desejou mas eu amo você com todas as minhas forças, tudo que te acontece me afeta — abaixo a cabeça com a fala da Alexandra.

Ela sempre foi sensível com o assunto que envolve os filhos, cansei de ver ela chorando pelos cantos enquanto Felipe estava preso. Ela sofreu muito, e depois que me revelou sobre a suporta tia dele que era comprá-lo ela se culpa mais ainda por não ter dado essa chance pra ele.

— Eu também amo a senhora, não diga nunca mais que não é a mãe que eu desejei, eu que sempre fui ingrato.

— Escuta aqui, eu sinto muito por você ter essa vida, se eu pudesse eu voltava atrás e não deixava você entrar nessa cilada.

— Mãe, isso já passou porque tá remoendo isso?

— Se não fosse pela minha vida errada você não tinha entrado nisso.

— Isso não importa — ele disse sério — tá ouvido Alexandra? Não é culpa sua, eu quis isso, já tinha consciência das coisas quando tomei as decisões da minha vida, a senhora não tem que ficar se questionando isso, foi escolha minha entendeu? Minha e só minha, por isso que eu que passo por essas paradas, porque eu que vou pagar pelos meu erros.

Ela ainda voltou a chorar e a abraçar ele ele dizendo que morria de saudades.

Eu não queria estar aqui, ele me trouxe disse pra ir com ele porque depois voltaríamos juntos pra casa dele, mas eu sentia que ali seria um momento dos dois, talvez se Alexandra falasse pra ele o que aconteceu no passado ele a fizesse entender que não foi um erro dela.

Sai da casa dela indo pra minha que já era do lado mesmo.

Aproveitei que enquanto os dois estavam matando a saudade e conversando arrumei uma muda de roupa pra ir pra casa dele, também tive tempo pra almoçar e logo depois fui tomar um banho.

Estava penteando meu cabelo quando vejo a imagem do Felipe através do espelho na porta encostando no batente e colocando a mão no bolso.

Coloquei a escova na penteadeira e me virei o olhando. Ele estava com o olhar perdido, meio distante e ali eu percebi que Alexandra falou tudo pra ele.

Me aproximo dele passando os braços pelo seu pescoço e senti seu braço circulando minha cintura.

— Como você está? — sussurrei em seu ouvido e ouvi sua respiração pesava.

— Entendo agora o porque minha mãe sempre dizia que a minha vida e a do Eduardo poderiam ter sido diferente.

— Você não colocou a culpa nela né?

— Não... não faria isso nunca, ela fez o que achava ser certo mas... — ele se afasta e se se tá na minha cama — não posso deixar de pensar que se ela tivesse feito talvez ele estaria vivo.

Eu sabia que ele chegaria a essa conclusão, isso abem me passou na cabeça.

— Eu sei — decido por não falar nada por agora.

Meu AlvoOnde histórias criam vida. Descubra agora