A Flor do Inferno

A Resposta

— Não é, Obito Uchiha? 

     Ele parou de andar. Por anos treinei com este homem, sem saber sua verdadeira identidade ou suas intenções... Mas no momento em que liguei os pontos, pareceu tão óbvio. 

— Do que está falando? — Se fez de desentendido. 

— Não adianta esconder, não sou burra. — Cruzei os braços. — Se quiser continuar mentindo para mim, vai pagar caro... Dizem por aí que tenho a boca muito grande. Acho que não iria querer que o pessoal de Konoha saiba quem você é.

— Está bem. — Virou para mim, com seu Sharingan ativado. — Vamos ir para um lugar mais reservado. 

     Novamente usou seu jutsu estranho e nos levou a um lugar novo. O espaço era escuro, havendo diversos prismas retangulares com tamanhos aleatórios, não havia mais nada além disso. Parecia infinito.

— Onde estamos? — Perguntei, tentando encontrar algum vestígio de vida. 

— Na Dimensão do Kamui. — Falou ao meu lado. 

— Então, esse seu jutsu esquisito te permite viajar entre dimensões? Curioso. — Desisto de caçar qualquer outra coisa aqui. — Seu Sharingan é muito poderoso para fazer algo desse porte.

— Realmente, apenas eu tenho acesso a esse lugar. 

— Isso é mentira. — Dei de ombros. — Kakashi também pode vir aqui, já que tem um dos seus olhos. 

— Como descobriu isso, garota? — Parecia irritado. 

— É fácil, esconder seu rosto não te impede de ser reconhecido. — Me sentei no chão e ele repetiu meu ato. — Você foi descuidado comigo, deveria ter ficado mais atento. Seu erro foi achar que sou burra o suficiente para não te analisar devidamente. 

— A que se refere? 

— Você me treinou por três anos inteiros, passamos muito tempo juntos, é óbvio que eu iria ficar atenta a você. Primeiro, não sou estúpida para acreditar na história de que era Madara Uchiha, a chance de ser realmente ele era muito baixa... Levando em conta o tempo em que ele morreu, seu corpo deveria estar desgastado e, mesmo que exista um jutsu de imortalidade, não creio que o grande Uchiha estaria com um físico tão jovem. 

 — Já temos prova que imortalidade existe, Hidan está aí para comprovar. — Ressaltou.

— Não, o jutsu que ele possui não é eterno. Ele fez acordo com um demônio e precisa fazer coisas para que esse acordo não se quebre, no momento em que ele deixar de fazer seus rituais e oferendas, sua imortalidade acaba. Jashin não estaria sendo alimentado devidamente e tiraria a dádiva que deu a Hidan. Sem contar que fazer um contrato infernal não é algo fácil, precisa ter um bom motivo para que seu demônio concorde.

— Como sabe dessas coisas? Ele contou a você?

— Não, descobri de outras maneiras. Enfim, o que quero dizer é que, se você fosse um portador da imortalidade obtida por demônios, Hidan saberia e contaria para mim, porque já o chantageei para ver se descobria algo. Um filho de demônio reconhece o outro com o tempo...

— Mesmo assim, é nítido que é possível obter imortalidade de outras formas. 

— Está certo e foi isso que me impediu de ter cem por cento de certeza que você não era Madara, porém... Não é como se eu fosse desistir de saber sobre você. Foi aí que juntei todas informações que tinha. 

— Informações? Até onde sei, nunca mencionei nada sobre mim para você.

— Em um de nossos treinamentos, consegui ver minimamente seu rosto... No caso, só uma parte abaixo do olho, foi ali que vi suas cicatrizes... que, pensando logicamente, foram causadas por algum acidente. Levando em conta a forma das marcas, parecia grave.