Sozinhos e Juntos

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— Qual é a sua, Uchiha!?

     Não duvido nada que ele sofra de dupla personalidade ou qualquer outra coisa parecida.

— O que foi? Você já descobriu praticamente tudo sobre mim... Por que deveria continuar fingindo? — Suspirou. — Passei anos da minha vida sendo uma pessoa diferente, agora que alguém finalmente sabe da verdade, posso ser eu mesmo. 

— Hm... — Fui ao espelho. — Que seja. 

     De certa forma, consigo entender seu lado. Viver anos com mais de uma identidade que não refletem seu próprio eu é complicado e pode causar diversos problemas, porém descobri sobre si não tem muito tempo... Essa sua mudança foi rápida demais. 

— Eu entendo você, mas por que foi tão apressado? — Amarrei meu cabelo em um coque. — Poderia ir aos poucos e não me "assustar" dessa forma. 

— Não sei também. — Deu de ombros. 

— Mentir é feio. — O encarei pelo espelho. — Quer me usar como desculpa para ser assim e não enlouquecer de vez, certo? Você é um homem inteligente, deve saber os perigos que corre fluindo de identidade o tempo inteiro. Uma hora ou outra iria surtar e se esquecer de quem realmente é. 

— Talvez você esteja certa. 

— Talvez não, com certeza. Tenho ciência de que sou a única aqui na Akatsuki que sabe quem é, então, sua escolha é se "abrir" comigo. — Sorri. — Não é difícil chegar nessa conclusão. 

— Nossa. — Diz por fim. — Já que entende, não preciso explicar nada. 

     Me espreguiço. 

— Agora faça o favor de ir embora. — Apontei para a saída. — Quero dormir. 

— Não. — Deitou novamente na minha cama. — Vou dormir aqui. Se quiser, pode ir para meu quarto. 

— O quê!? Só pode estar brincando... — Ri nervosa. — Sai daqui logo, caralho! 

— Boa noite para você também, Sakura. — Virou para o lado da parede, me ignorando. 

Abraxas, me dê paciência... 

     Vou até ele e tento puxá-lo como fiz antes, mas o abençoado estava intangível. Sempre me esqueço desse seu jutsu ridículo. 

— Já que não irá sair, não vejo outra escolha. 

     Fui lá e me deitei ao seu lado. Do meu quarto ninguém me tira. 



— Hm... — Obito se espreguiça ao meu lado. — Sakura, você já acordou?

— Não. — Respondi com a cara no travesseiro. — O que está fazendo aqui ainda!?

— Eu acabei de acordar. 

— Que horas são!? Me deixe dormir. — Reclamei. 

— São seis da manhã, hora de levantar. 

— Seis!? Vai se foder, é um domingo. — Bocejei. — Vai para o seu quarto, Obito. 

     Finalmente fez silêncio, mas não consegui voltar a dormir. 

— Argh, estragou meu sono. — Levantei da cama aborrecida.

— Aproveita que está de pé e busca um café. — Sentou-se na cama, cobrindo a si mesmo com o edredom. 

     Ele estava com uma roupa diferente de ontem, parecia um pijama. Esse imbecil foi ao seu quarto à noite buscar uma nova vestimenta, poderia ter ficado lá.

A Flor do InfernoOnde histórias criam vida. Descubra agora