Flashback: "Heroína"

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Aviso: Este capítulo contém menções à cenas de suicídio e abuso sexual, podendo ser perturbador e um gatilho para alguns leitores. Fica a seu critério ler ou não.

Boa leitura!



Você continua se afundando mais e mais.

Agora é tarde, me desculpa.

Kasei, dois anos atrás.

     O que eu poderia fazer? O que eu deveria fazer? O que eu quero fazer? 

     Se a vida fosse um jogo, teria perdido há anos. Estou em um estado tão deplorável, tudo o que posso fazer agora é chorar. 

     Deveria implorar por minha vida. Deveria cruzar meus dedos e torcer para que ninguém me veja agora. 

     Mas quem veria? Não há ninguém aqui. Eu estou sozinha. Sempre foi assim. 

     Nunca tive ninguém por muito tempo. Todos morrem ou me abandonam. 

     O chão daquele templo se movia, precisava correr. Andava pelas paredes e dançava sobre o teto. A dor que antes sentia, agora não passava de um prazer.

     Era como se escutasse uma linda canção de Mozart e como uma boa fã, não perderia a chance de dançar até meus pés queimarem. 

     Nunca me senti tão bem em minha vida. Nem mesmo Shisui foi capaz de me proporcionar tamanha euforia. 

     Nesse local, não existe dor... Não existe humanos.

     Deus, me deixe ficar aqui para sempre. 

     Quero sorrir pelo resto dessa maravilhosa vida. Quero pular de alegria. Quero dormir com essa mesma sensação. 

     Minha respiração e meus batimentos cardíacos estavam acelerados como um trem.

     Obrigada, Deus. Eu me sinto feliz.

— Sakura... O que é isso?

     Não quero acordar nunca mais. 

— Sakura! Acorda!

     Não consigo escutar mais nada.

— Eu vou buscar algum remédio.

     Não sinto minhas pernas. 

— Abra a boca, por favor. 

    Não sinto meus braços.

— Sakura, vamos! Acorde!

     Deus, obrigada.

— Vamos... Vamos!

     Por que ainda escuto seus gritos?

— Por favor, garota... Levante!

     Agora é tarde, me desculpe.

— Não me assuste assim.

     Kisame? Acho que vou morrer. 

— Não, não! Não feche seus olhos... 

     Ah Hinata, me enganei... Você nunca seria minha heroína favorita. 

     A única Heroína que me interessa é a que corre nas minhas veias.

     Eu acordei. Senti que minha roupa foi trocada. Não conseguia respirar direito. Não conseguia mover minhas pernas. 

     Estava sentada em minha cama e sentia a presença de Kisame. 

A Flor do InfernoOnde histórias criam vida. Descubra agora