Goodbye

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P.O.V Narrador

     Shikamaru não sentia suas pernas, muito menos seus braços. Seu corpo inteiro estava em colapso.

     Depois que deixou Sakura naquela casa no meio da floresta, voltou direto para seu apartamento e novamente abusou daquilo que o mata aos poucos.

     Em maior quantidade e diferentes tipos, já não via mais sentido em ficar preso no mundo real. Não via mais sentido em viver. 

     Sua vida era ela. 

     Chorava como nunca, convulsionando como nunca. 

     Konoha festejava enquanto ele aplicava doses de felicidade em si mesmo. Ninguém ligaria se ele morresse, nem mesmo seus pais. 

     Quando já estava louco o suficiente, levantou-se e caminhou pelas ruas cheias da vila. Passou por pessoas aproveitando e curtindo, comidas e barracas espalhadas em todo canto.

     Seguiu até sua antiga casa, pronto para dar um fim naquilo tudo. 

— Shikamaru? O que está fazendo aqui? — Seu pai diz assustado quando o garoto entrou pela porta. 

     Yoshino, sua mãe, foi para ver o que estava acontecendo. 

— Acho que... precisamos conversar. — Devido a quantidade de drogas usadas, sua fala era arrastada e pausada.

— Meu filho... — A mulher, vendo seu estado, entrou em choque. — Por que está desse jeito!?

— Jura que ainda pergunta? — Revirou os olhos.

— Não me diga que ainda usa essas coisas... — Sua voz chorosa mostrou a preocupação que sentia. — Isso não...

— O que veio fazer aqui!? — Seu pai parecia irritado. 

— Vim comemorar com meus pais. — Andava pela sala. — Vamos brindar por serem os melhores pais de Konoha.

     Pegou uma taça com vinho que estava em cima da mesa e bebericou o conteúdo. 

— O que foi, pai? Não acha que merece parabéns?

— Shikamaru, já chega disso. Sabe que o que está fazendo é errado. — Avisou.

— Vocês são tão ridículos. — Encarou a foto de família num porta-retrato. 

     Na foto, parecia ser uma pessoa totalmente diferente da que é agora. Uma pessoa feliz, não um drogado que só pensa em si.

— Se veio para falar essas coisas, melhor ir embora. Não precisamos discutir. — Olhava fixamente para o filho, provavelmente com medo de que ele fizesse algo. 

— Shikamaru, nós te amamos! Por favor, pare com isso. — Yoshino diz assustada. 

Amor... — Riu nervoso. — Vocês não me amam!

     Jogou a taça no chão, fazendo com que ela se quebrasse.

— Tudo o que vocês dois fizeram foi ignorar a porra dos meus sentimentos! — Esbravejou. — Vocês viram que eu precisava de ajuda, mas o que decidiram fazer!? Me expulsaram de casa... Parabéns por ser um ótimo pai, Shikaku Nara!

— Você não está bem, Shikamaru. Vou te levar para hospital— 

— Não! Você não vai me levar para a porra do hospital! — Gritou, assustando ainda mais seus pais. — Não aguenta ouvir a verdade?

— Você não vai me atacar na minha própria casa! 

— Eu vou fazer o caralho que eu quiser na sua própria casa! — Se aproximou do mais velho, ficando cara a cara.

A Flor do InfernoOnde histórias criam vida. Descubra agora