A Flor do Inferno

Hell in Heaven

As portas do céu estão fechadas.
Se apresse e me tire daqui, me leve com você.
Minha esperança está no inferno.
Me leve ao seu paraíso. 

P.O.V Narrador

     A sua beleza era insana e, ao mesmo tempo, parecia o Diabo. Ela seduz sua sanidade e invade sua mente do jeito que quiser. O ritmo de seus movimentos puxava-os e eles se hipnotizavam. 

     Era como se o inferno e o céu andassem lado a lado. 

     Para onde Sakura olhava, mais mortes ocorriam. Ela era invencível, os mais fortes ninjas atacavam-na juntos e não obtiveram resultado algum. 

     Naruto e Sasuke usavam do poder de Hagoromo para pará-la, mas falhavam miseravelmente. O Uzumaki usou de seus mais poderosos jutsus, porém no fim, foi esmagado como uma simples formiga. O Uchiha abusava de seu Susanoo, todavia o soldado gigante era facilmente derrotado. 

     Já não sabiam mais o que fazer, já não tinham mais cartas para usar. Vendo que não teriam chances, shinobis passaram a fugir. Corriam para longe daquele campo com toda velocidade, mas Sakura não deixaria aquilo acontecer. Quando estavam em uma distância considerável, a Matsuno explodia seus crânios usando apenas a mente. 

     Dizia como aviso: ❝Fugir só irá piorar.❞.

     Obito e Kakashi tentavam usar o Kamui para fazê-la lutar em outro lugar, porém não adiantava. Tsunade já estava fraca de tanto usar chakra com seu Byakugou. Hinata ainda tentava convencer Sakura a parar com aquilo. Tenten dava seu melhor para salvar os feridos. 

     O resto lutava contra os mortos ressuscitados. Uma batalha que parecia durar dias, mesmo que só tenha se passado algumas horas. Horas essas de puro tormento. 

— E aí, Kazumi? — Sakura diz ao vê-lo respirar ofegantemente. — Não era você quem queria me matar?

     O garoto estava cansado de lutar. 

— Diga as coisas que disse quando te espanquei... — Seu sorriso era macabro. — Venha, estou esperando o meu karma!

     O Haruno não queria ir, mas seu corpo se movia sozinho até ela. Perto o suficiente, começou a espancá-lo. Kazumi não conseguia fazer nada, nem sequer abrir sua boca para falar. 

     Naruto e os outros tentaram pará-la, mas sem sorte. 

— Anda, Kaz... Me bata! Não é isso que sempre quis!? — Mesmo com o rosto manchado de sangue, não parava com a agressão. — Vingue seu irmãozinho idiota, vamos! Faça alguma coisa!

     Continuou com o espancamento, sem sentir remorso algum. A própria Sakura curava os ferimentos dele para que pudesse continuar usando-o como saco de pancadas. 

     Cada risada que ela dava, cada olhar tenebroso fazia com que Naruto quisesse ficar de joelhos e tampar seus olhos e ouvidos. A cada oração daquelas almas de seus aliados, cada grito de sofrimento... Fazia com que quisesse morrer. 

     Itachi ainda estava desacordado convulsionando, enquanto Sasuke e médicos-nin faziam de tudo para que voltasse ao normal. Obito se culpava a cada minuto por ter posto a Matsuno naquele caminho. 

     Em tão pouco tempo, sessenta porcento da Aliança Shinobi estava morta. Ninjas Anbu já não existiam, todos estavam mortos. 

     Não havia mais sentido lutar, todos morreriam de qualquer jeito. Ninguém conseguiria convencer Sakura a parar com aquilo, ninguém ali conseguiria falar com ela normalmente... A única pessoa que, talvez, teria chance de convencê-la era Inari. 

     Mas ninguém iria conseguir ter contato com ele no momento, ou seja, estava tudo perdido. 

     Kazumi foi espancado por muito tempo, até Sakura jogá-lo desacordado para longe. O garoto não estava morto, porém seus ferimentos eram extremamente graves. 

     A Matsuno gargalhava enquanto gritava que era a Rainha. Seus gritos causavam dor em qualquer um que os ouvisse. 

— Por favor, eu tenho filhos para cuidar! Seja piedosa, pelo menos agora! — Um shinobi ajoelhou na frente dela, com as mãos grudadas. — Eu não quero que minhas crianças cresçam sem um pai... Tenha piedade de nós!

     De repente, os ninjas repetiram o ato do outro. Ajoelhavam-se e imploravam por piedade, suplicando por salvação eterna. Como se ela fosse uma deusa. 

     Sakura olhava cada um deles com escárnio, como se suas vidas não valessem de nada. Então, fez com que o corpo daqueles que imploravam desintegrar em segundos. 

     Uma morte sem dor e sem tortura. 

— Levarei suas almas ao paraíso. — Dizia ela. 

     Seus olhos estavam sempre arregalados e a esclera de seu globo ocular tinha cor avermelhada. A loucura e falta de sanidade era totalmente perceptível. 

     E novamente lançou mais um de seus feitiços. Aqueles homens que sobraram se rastejavam lentamente até si, muitos se batiam para chegar nela. 

     Eles diziam: ❝Oh, meu Deus... Ela me levou até o céu.❞. As mulheres e outros que não foram pegos pelo feitiço, não podiam fazer nada além de lutar contra o exército de mortos que ficava cada vez mais forte. 

     Naruto sentiu como se estivesse ficando sem ar, mesmo que ainda respirasse. Uma sensação ruim de angústia e medo. Via-os se rastejar como escravos e sentia repulsa. Seu peito doía e a fraqueza tomava seu corpo cada vez mais. 

     Mais fraco se sentiu ao perceber que não foi forte o bastante para proteger seu povo. Por isso, perdeu as esperança e o que restou foram lágrimas de tristeza e arrependimento.

— Me liberte, me liberte... — Aqueles pobres homens perdiam suas almas aos poucos. 

     Sakura destruía sua sanidade e entrava na mente deles da forma que quisesse. Ela abraçava suas dores e fazia delas as suas. Como uma verdadeira Rainha.

— Eu sou o Karma desse mundo. — Pronunciava com sua voz seduzente. 

     O brilho do céu os deixavam cegos, então, eles corriam para seus braços. O ritmo da música puxava-os para o inferno e fazia com que se esquecessem de quem um dia foram. 

     Os humanos choravam em arrependimento e imploravam por redenção. Ansiavam para serem perdoados pela Deusa. Convulsionavam pois sabiam que não seriam aceitos no paraíso.

— Oh, Deus... — Ela os forçava a dizerem em uníssono. — Eu era um prisioneiro da minha própria razão e buscava liberdade através da salvação eterna. 

     Sakura flutuava de modo angelical e aqueles homens erguiam as mãos e a adoravam. 

— Não, Deus... — Continuaram. — Não preciso mais do amor divino. Porque eu não sou mais...

     ...

— UM PRISIONEIRO. 

Yo, guys! Tranquilo?

Penúltimo capítulo e é isso 😘🤙

Até a próxima, dattebayo!