Thirty

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P.O.V Sakura

— O que está fazendo? — Obito perguntou assim que entrou em meu laboratório. 

— Não é óbvio? — Não desviei a atenção do que fazia. 

— Não. — Ficou encarando meu trabalho. — Isso é algum desses seus brinquedos de médico?

— É uma bomba, burro. — Trouxe a lupa para perto. 

— Por que diabos está fazendo uma bomba? Ainda mais aqui? 

— Relaxa, ela não vai explodir. Tem que ter uma contagem para isso e, no momento, essa função está desativada. — Expliquei. — Inclusive, ela nem está finalizada ainda. 

— Ah? Há quanto tempo está fazendo isso? E porque ela é tão pequena?

— Tem meses, pouco depois que entrei na Akatsuki. — Dei de ombros, anotando os cálculos no caderno. — Ela tem um tamanho aceitável, mas não se engane... Essa belezura causa um belo estrago.

— Desde quando você sabe produzir bomba? — diz lendo minhas anotações.

— Desde que Deidara me ajudou, ele me explicou um pouco e o resto aprendi sozinha. Também me deu as coisas que precisava. — Mordi a caneta, tentando lembrar da fórmula.

— Falando nele... Foi de base. — Puxou uma cadeira e se sentou.

— O quê?

— Morreu, Sasuke o matou. — Diz por fim. — Na real, ele se matou para matar Sasuke.

— Que merda. E o Uchiha? Morreu também? — Continuava atenta nos meus cálculos.

— Não, ele escapou. — Deu de ombros. 

— Podia ter morrido. — Pensei alto. — Se medisse os quilotons... Hm... Não vai dar certo.

— Você está triste pela morte de Deidara?

— Não, por que eu estaria? 

— Sei lá, vocês dois estavam sempre juntos. — Brincava com os parafusos espalhados pelo balcão.

— Isso não significa que eu sentia algo por ele. — Guardei tudo assim que terminei. — Deidara era uma boa pessoa, mas nunca tive outro sentimento além de respeito por ele e tenho certeza que para si era da mesma forma.

— Ele não era apaixonado por você? Não foi por isso que ele renegou a Vila da Pedra?

— De onde tirou isso? — Me espreguicei. — Deidara se tornou um renegado porque quis, ele estava cansado do Tsuchikage e da vida monótona, então, se rebelou. Há muito tempo conversei com ele sobre isso, a única coisa que eu disse foi para que fizesse o que quer. 

— Ele falava muito bem de você, achei que estivesse apaixonado.

— Não, ele apenas me respeitava, assim como eu o respeitava. Não tinha paixão alguma, apenas admiração. — Dei de ombros. — Se eu morresse, tenho certeza de que ele também não se entristeceria. 

— Que seja. Antes de se suicidar, ele me entregou isso. — Colocou sobre o balcão. — Disse que é a última peça que falta. 

— Ah, e você me fala isso agora!? Depois que já guardei tudo!? — Suspirei irritada. — Olha, só não te bato porque não quero quebrar minhas coisas...

— Foi mal, tinha me esquecido. — Fez um gesto com a mão como se dissesse "tanto faz".

     Às vezes me pergunto se o Obito é a mesma pessoa que manipulou Deus e o mundo só para conseguir o quer.

A Flor do InfernoOnde histórias criam vida. Descubra agora