Lapin

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     Via minha vida passar diante dos meus olhos. Tudo o que fiz para Naruto, toda traição... Estava no momento de acabar com aquilo tudo. Aquele dia foi quando mudei meu rumo.

— Não se preocupe, Sakura! Eu estou bem! — O Uzumaki dizia preocupado. — Não irei deixar de te amar por conta disso, acidentes acontecem! 

— Eu quase te perdi... Igual aconteceu com meu irmão e meu pai! Eu não quero isso, sou um perigo ficando perto de você! Não posso deixar que aquilo aconteça de novo! — Já havia tomado minha decisão.

     Me levantei e fui até a ponta do penhasco. 

— Sakura... O que pretende fazer!? — Correu até mim, mas o impedi com minha barreira invisível. 

— Eu nunca vou me perdoar se machucar você ou Sasuke. Não posso viver em um mundo onde até minha respiração é um perigo para as pessoas... — Um sorriso triste se formou em meu rosto. — Fiz escolhas erradas e você foi o que mais sofreu com isso... Adeus, Naruto. Independente de tudo, sempre vou te amar. 

     Me joguei daquele alto. 

— Sakura! — O Uzumaki gritava desesperadamente. 

     Mas, naquele dia, morrer não estava preparada para morrer. Alguém me salvou. 

     Depois de meses, ouvia a voz de um homem a me chamar. Uma voz calma que me fazia ter a vontade de dormir para sempre. 

— Você acordou? — Abria meus olhos aos poucos. — Você acordou!

— Onde... Onde estou? — A luz incomodava minha visão. 

— Na minha casa. — Via sua face minimamente embaçada. — Há alguns meses achei seu corpo flutuando no rio, então, cuidei dos ferimentos e te esperei acordar. 

— Você... — Não conseguia movimentar nenhuma parte do meu corpo. 

     O homem tinha cabelos escuros amarrado em um rabo de cavalo e olhos negros. Muito belo, por sinal.  

— Meu nome é Shikamaru Nara. — Sorriu gentilmente. — Você está num pequeno vilarejo, moramos apenas eu e minha família aqui. Eles quem me ajudaram a cuidar de você. 

— Muito obrigada... — Retribui o sorriso. — Meu nome é... 

— Você não se recorda de quem é? — Neguei. — Poxa... Isso aí é complicado. Você estava com uns ferimentos na cabeça, deve ser por isso.

     Coçou a nuca, tentando pensar em uma solução.

— Posso te chamar de Lapin? — Perguntou, encarando meus olhos. — É uma palavra que li em um livro antigo do meu pai e significa "coelho"... E você é bonita como uma coelhinha. 

     Sua face ganhou um tom rosado. 

— Eu... Gostei desse nome. — Minhas bochechas esquentaram. — Muito obrigada, Nara. 

— Espera aí, vou chamar minhas primas... Elas vão adorar saber que você acordou! — Correu em direção a saída. — Já volto!

— Mas— 

    Tentei falar, porém ele já havia ido embora. 

     É claro que lembro de quem sou, de tudo o que passei e o que me fez vir parar aqui. Nunca vou me esquecer de toda merda que aconteceu comigo. 

     Desde o momento que matei meu irmão, até o dia que traí Naruto com Sasuke.

— Eu não perguntei nada, idiota! Ela nem sequer lembra do nome, como ia lembrar dessas coisas!? — Ouvi suas vozes se aproximando.

     Estava acompanhado de duas garotas. Uma com cabelos castanhos e outra com olhos diferentes.

— Voltamos, essas aqui são minhas primas... Elas me ajudaram bastante a cuidar de você. — Dava um sorriso de orelha a orelha. — Essa é a Hinata... Ela é meio tímida. 

— É prazer conhecer você, Hinata. — Digo para a garota com os brancos. 

— E essa é a Tenten. — Deu de ombros. — A mais chata do vilarejo. Se eu fosse você, não faria questão de falar com essa aí. 

— Ora, seu idiota! Só não te bato porque temos visita. — Fez beicinho. — Não ligue para esse sem graça, podemos ótimas amigas!

— Espero que sim. — Sorri. 

     Anos se passaram, reaprendi a andar e me movimentar normalmente. Passei a viver naquele vilarejo como se fosse minha casa. As pessoas são gentis e muito amigáveis. 

     Continuo fingindo que não lembro de nada e não faço questão de revelar. Porém, as vozes voltaram.

     Todos os dias essas vozes insistem em dizer coisas desagradáveis. Me chamando por nomes horríveis e mandando-me acabar com minha própria vida. 

     "Traidora". Era o que mais dizia. 

     Simplesmente apenas as ignoro e tento viver uma vida normal. Me apaixonei, me casei e tive uma filha. 

     Tudo com Shikamaru. O mesmo homem que anos atrás me salvou, Naruto foi meu primeiro amor, mas... Esse homem me fez sentir coisas diferentes. 

     Nossa filha já tem um ano e demos o nome de "Seiko". Tive que inventar um sobrenome para mim, pois precisava registrar a criança.  

     "Lapin Matsuno.". Foi o que escolhi.

     Minha vida passada não era nada boa. Perdi meu pai, meu irmão e meu planeta. Essa foi a chance que tive de começar do zero.

     Uma família feliz em um lugar feliz, onde posso viver em paz pelo resto da minha vida. Sem dores e sem sofrimento. Apenas eu, Shikamaru e Seiko. 

     Só que em certo dia, saí com minha filha e meu marido para colher frutas na florestas e, quando voltei, estavam todos mortos. 

     A mesma cena que testemunhei anos atrás voltou. Tudo estava destruído. Mas, deixaram um bilhete... Não havia nada escrito, apenas um nome. 

     ❝Mahina❞.

     Eu e Shikamaru fugimos, fomos para longe dali e construímos uma casa no meio do nada. Estavam atrás de mim e queriam me ver morta, sei exatamente quem está por trás disso. 

     Sasuke. Aquele homem é perverso e invejoso. 

     Por isso, vou treinar com meu marido para nos defendermos. Sou mais forte que qualquer um humano.

     Porque, de qualquer forma, ainda sou uma deusa. 


Yo, guys! Capítulo extra 👍

Para quem não lembra (até pq faz muito tempo), Mahina foi a primeira pessoa que apareceu em Reformada, no primeiro capítulo.

Não era pra postar esse cap pq achei ele uma merda, mas gastei tempo escrevendo esse bgl e nao vou apagar a toa 🤙 

A Flor do InfernoOnde histórias criam vida. Descubra agora