[POV PARKINSON]
Tudo girava. Eu não sabia o que era teto e o que era chão, eu não sabia se ainda estava de pé ou caindo, mas eu me sentia... aliviada. Como se finalmente, eu não precisasse mais me esconder. O fardo de ter que contar a verdade sumiu. O mundo parou de girar e eu senti meus pés firmes no chão.
Mas o alívio durou pouco, e agora era substituído pelo medo. O medo daqueles olhos cor de amêndoa que encaravam a Fawley em choque e devagar se viravam para encontrar os meus.
E atestar a verdade incontestável nos meus próprios.
Eu estava grávida. Dele.
*
[POV MATTHEO]
Não sei como me levantei. Não sei como consegui encontrar forças, não sei como minhas pernas me obedeceram, mas eu me levantei e andei, ou corri, até ela. Puxei Pansy nos braços e ela se desfez em soluços, em um choro de medo, de culpa, de dor. Parei de prestar atenção ao mundo ao redor quando tudo o que eu queria era acalmá-la. Estava tudo bem. As coisas iam ficar bem. Ela ia ficar bem.
Ela estava... grávida. Puta que pariu.
*
[POV PANSY]
Registrei levemente a voz apressada da Fawley convocando um elfo, solicitando um kit de primeiros socorros pro Draco, e agitando a varinha em movimentos fluidos que fizeram cada coisa quebrada se consertar, toda a bagunça voltar pro lugar.
Não sei quanto tempo isso levou. Só sei que fiquei nos braços de Mattheo, em silêncio, agarrando sua camisa, até parar de chorar. E ele ficou em silêncio também, me segurando firme, deslizando os dedos pelos meus braços carinhosamente. Quando levantei os olhos para olhar ao redor, tudo estava limpo e arrumado, e silencioso. Ninguém além da Fawley estava na sala.
- Carol...
- Está tudo bem. Eu queria saber se você precisa de mim aqui ou se dá conta sozinha.
Seu olhar era afetuoso, mas seu tom era sério. Ela já tinha feito muito por mim. Eu não ia causar mais problemas.
- Nós vamos ficar bem.
Consegui falar, e minha voz saiu surpreendente firme. Ela sorriu pra nós e passou as mãos pelo cabelo de Mattheo, o bagunçando totalmente, antes de sair pela porta que levava à sala de jantar.
- Tenho certeza que vão. Parabéns, papais.
Fechei os olhos mais uma vez, e quando abri, Mattheo me observava atento. Não consegui ler sua expressão.
- Eu sinto muito. Por Merlin Pansy, eu te segurei com força, e te empurrei... Eu sou um idiota, puta que pariu. Eu sinto muito mesmo.
Ele passava os dedos na minha pele, procurando hematomas, e depois correu as mãos nos cabelos, desesperado. Eu sorri pela sua preocupação.
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SPIN OFF UF: O fim da história
FanfictionA história da Elite da Sonserina, iniciada lá em Universo Fawley (Somos só amigos) finalmente chegou ao fim. Nesse livro extra, você vai ler o futuro dos personagens de UF, entender como seus dilemas os acompanharam até a vida adulta e participar de...