Capítulo 2 - FAWLEY / PARKINSON

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[POV FAWLEY]

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[POV FAWLEY]

Eu batia as unhas no encosto da poltrona que estava sentada, ansiosa. Eu odiava esperar. Odiava não saber quanto tempo demoraria até eu poder ter determinada coisa que queria, porque o tempo parecia passar muito mais devagar quando você começava a contar. Respirei fundo e fechei os olhos, fazendo a técnica de respiração que eu normalmente usava quando precisava me acalmar. Nas últimas semanas, eu estava precisando dela umas três vezes por dia.

Evitei olhar para o espelho do outro lado do quarto, mas deixei minhas mãos deslizarem pela minha barriga. Estava enorme.

Pra mim, que odiava esperar, a experiência da gravidez não era tão tranquila, mesmo já sendo minha segunda vez. Eu amava minha família, mas os últimos dias eram sempre os piores. Minha ansiedade aumentava, Malfoy ficava nervoso, e era o caos. E dessa vez, era tudo ainda mais complicado. Eu estava grávida de gêmeos.

Consegui acalmar meus batimentos cardíacos passando a mão na barriga no ritmo das respirações, e senti minha aliança de casamento esfriar em meu dedo. Era mais um dos feitiços de proteção de Draco: Quando minha respiração ou batimentos cardíacos ficassem irregulares, o anel de ouro começava a esquentar em meu dedo, em um sinal de alerta. Se eu não conseguisse me controlar, ela enviava um sinal para a aliança de Malfoy, que viria em meu encontro imediatamente. Acontecia com pouca frequência, mas como estávamos chegando ao fim da gravidez, ele ficava ainda mais preocupado.

Abri os olhos quando ouvi a porta do meu banheiro se abrir, e me levantei. Pansy estava lá dentro, encostada na pia, me encarando de forma apreensiva. Eu engoli meu próprio nervosismo e forcei um sorriso para a amiga. Ela estendeu um objeto pra mim.

- Você olha. Eu não consigo.

Eu peguei o palito de plástico nas mãos, tentando não tremer. Nada aparecia no pequeno visor.

- Temos que esperar.

Meu estômago embrulhou só de pensar em ter que esperar por mais tempo, e Pans escorregou as costas no móvel para se sentar no chão. Ela ainda evitava o meu olhar.

- Pans, eu não preciso estar aqui. Podemos chamar a Dafne...

- Para, Fawley. 

- Você nem consegue olhar pra mim, porra!

Nós ficamos em silêncio por um instante, e então Pansy levantou a cabeça em minha direção.

- Me desculpa se você está perturbadoramente grávida e eu estou surtando só de imaginar que isso pode acontecer comigo!

Ela terminou a frase gritando, e eu me ajoelhei ao lado dela, com certa dificuldade. 

- "Isso" não é uma coisa ruim, Pans. Não precisa ser. Nós falamos sobre isso tantas vezes...

Eu falei com cautela, e me sentei ao seu lado. Pansy descansou a cabeça no meu ombro e eu senti as lágrimas escorrerem dos seus olhos. Ela nunca chorava.

SPIN OFF UF: O fim da históriaOnde histórias criam vida. Descubra agora