"algo nasce para que..."

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O tempo de vida de uma pessoa normal é pequeno comparado ao de uma bruxa, canalizando energia da natureza ou do cosmos pode se dizer que séculos é a idade mínima, com tantos mistérios a serem desvendados, uma vida curta seria assustadora, o mundo aberto diante de seus olhos implorando para ser reivindicado... Quem trocaria isso, dinheiro se torna apenas papel ouro se torna pedra sem valor, a fama algo sem sentido prazeroso. O tempo...esse sim é o maior bem que alguém pode ter, viver o suficiente para ver eras surgirem civilizações caírem, estrelas morrerem e até...uma vida nascer incontáveis vezes...
Quem diria que alguém com toda essa margem de escolha prefira morrer em nome de um amor, tão...humano!

Passar horas olhando nos olhos de seu amado ao ponto de adormecer sentindo o conforto, o calor e a ternura, se fundindo ao seu coração e alma.
O tão vívido verde a minha frente me trás segurança, paz, e certeza. Como da primeira vez que aceitei meus sentimentos, não pensava em mais nada, era só eu e ele, dançando longe das vistas dos outros, cada paço da quele dia trouxe a esse momento.

- como está se sentindo?

- estou bem!

- mentiroso!

Os olhos cansados de Simon mostrava que estava difícil suportar, o emplastro feito por Lara amenizava a dor, não retardava o avanço da maldição.

- tem outra forma...

- pode ir parando!
Corgitar isso faz parecer que não disso vale apena. Suas mãos serão as únicas que vão me tocar, meu corpo sentirá apenas o seu calor.
Tudo que for diferente disso seria mentira.

- Eu não mereço seu sacrifício.

- Não é como se estivesse ansioso pela morte, não sei explicar....só sinto como se tudo fosse ficar bem estando com você...

- você é um tolo!

- pode ser verdade.

Desde que Kaleb descobriu a condição de Simon, não conseguiu sair de perto do ruivo, deixou de lado as campanhas que vem lutando pra conseguir a dois anos. Cada segundo é valioso. Ver a dor de Simon cortava o loiro em todos os sentidos. Os desmaios começaram a desestabilizar a familia, unindo todos no mesmo local era incerto o momento em que seu coração iria para, por mais que chorassem,por mais que implorasse a Uriel que desse um fim na maldição estava longe de ser convincente, afinal não foram eles a quebrar o pacto.

- Kaleb...o Kaleb...

- Eu estou aqui amor!

- Que alívio... é parece que não vou durar muito tempo.

O suor quente escorrendo pela sua pele que estava esverdeada o calor extremo da febre em seu corpo, os espasmos indicando a luta que seu corpo travava pela sobrevivência.

- Mãe, me desculpe por ser um péssimo filho!

- Não... não Faça isso! Por favor

- Até Lara pode chorar, isso é incrível!

- não sou um mostro, fui eu que te carregou por nove meses...
Fui eu que lia suas histórias preferidas. Mas porque eu tenho que me despedir de você?

- É assim que é eu não te culpo você foi uma ótima mãe!

- pelos deuses....se cale, vai piorar a situação.

- minhas irmãs...chame elas...

Alguns segundos depois Hilda apareceu pela porta com as meninas em seguida.

- oi...ho! Meu deus, isso... Eu não consigo fingir que está tudo bem.

O desespero era compreensível. Não parecia o Simon ali, aquele menino que sempre reclamava, mas sempre perseguia a esperança onde quer que fosse.

Maldição Vermelha. o conto do sexto filhoOnde histórias criam vida. Descubra agora