lugar-nenhum

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Viajar por um portal não era tão cansativo assim, aprece que meu pulmão vai sair pela boca, como fiquei tão fraco assim?

- É normal você ficar enjoado filho, já que está grávido, sua mãe vomitava sempre.

Recebeu um soco no peito.

- quem vomitava?

- ninguém, ninguém!_ piscou pro ruivo que riu baixinho, eles estavam andando por lençóis de areias, sobre as paisagem deserta que  desafiava a razão.

- a areia está...movendo ao inverso?

- Sim... A paisagem sempre muda aqui, tome cuidado onde pisa.

- os ventos fortes carregados de grãos finos jogados contra o rosto dos viajantes era incomodo o sol escaldante era tenuante, estavam no meio do nada.

- Estamos no caminho certo?

Cristian pegou um objeto como se fosse lentes especiais alinhadas. Olhando por ela conseguia calcular a posição do sol.

- o segundo sol está na posição certa, é aqui mesmo!

- Segundo sol?_com cuidado convidou Simon pra olhar por trás das lentes, era incrível,  ao lado do sol avia outro maior que só era visto pelas lentes.

- Não acha que estamos na terra não é?

- onde estamos?

- aqui é lugar-nenhum, um vácuo entre dimensões, sem influência do tempo.

- A vovó vive aqui?

- Sua vó é uma mulher com gostos estranhos meu filho. Ela prefere viver em exílio. Sem interferência. Com isso ela consegue saber de coisas que não saberíamos.

Simon percebeu que falar de sua avó trazia amargura pra Lara, seus olhos focados no horizonte escondia mais do que mostrava.

- porque a mamãe não gosta que fale da vovó?

- bom...as mulheres são complicadas filho... A sua vó era a sacerdotisa antes da sua mãe então o mais óbvio era que uma de suas filhas assumisse seu lugar, então ela poderia viver sua vida como quisesse, mas nenhuma das filhas dela queriam esse fardo, então ela meio que obrigou sua mãe, Lara não podia fazer nada a não ser aceitar. Depois disso deixou suas filhas e se isolou nessa dimensão esquecida pelo tempo, Lara não consegue esquecer a mágoa que sente dela desde então por isso evite perguntas sobre o passado ou podemos ficar no meio de uma bagunça.

- Agora entendo

- É aqui!_lara parou de repente, mas não tinha nada, apenas areia e vazio.

- A chave Cristian.

Meu pai entregou um tipo de instrumento velho enferrujado.

- que minha voz alcance o elemental vento, distorça a barreira da verdade e ilusão.

Com essa citação conjurou um vendaval afastando a areia abaixo dos nossos pés, começamos a afundar não pude negar que me deu medo

- não tenha medo só prenda respiração.

Senti sermos engolidos pela massiva areia, ao abrir os olhos estávamos abaixo do solo, um lugar novo e totalmente oposto do que estava acima de nós, uma enorme floresta verde diante de nós, árvores altas plantas e mais plantas. O local tinha seu próprio eco-sistema algumas nascentes de água brotando de baixo pra cima, onde peixes mergulham no vento em vez de água, as paredes como se fosse o interior de uma montanha.

- Legal não é?

- pai....isso é incrível, como....

- quanto mais tentar entender menos fará sentido. Estamos perto.

Maldição Vermelha. o conto do sexto filhoOnde histórias criam vida. Descubra agora