11
Luna Oliveira— Mamãe, onde a gente está indo? — Alana perguntou curiosa, de mãos dadas comigo enquanto subíamos o morro. Finalmente criei coragem para sair de casa, acho que se ninguém me reconheceu até agora era um bom sinal.
— Buscar a tia Lara para um passeio. — Respondi com um sorriso, e ela ficou animada na hora.
Lara até sugeriu voltar a morar comigo lá embaixo, mas eu neguei. Me sentiria muito mais segura se ela continuasse morando com eles, até mesmo para poder ficar de olho no Gabriel por mim.
— Eu posso brincar um pouquinho com o Matheus? — Os seus olhinhos brilharam de expectativas. — Ele tem brinquedos legais, bem bonitos.
— Vamos chamar ele para sair com a gente, que tal?
— Oba! — Ela sorriu e saiu pulando na frente.
Tive que gritar e pedir para ela sair da rua algumas vezes, mas não demorou muito e estávamos na frente da casa do Russo. Lara abriu a porta assim que eu bati e acabou me convencendo a entrar, mesmo eu recusando diversas vezes.
Minha irmã subiu correndo para o andar superior e eu fiquei parada na sala, reparando em como a casa era bonita e toda bem mobiliada por dentro. Apesar de tudo, achei vazia. Não tinha porta retratos nas paredes, nem mesmo nada que a tornasse familiar.
Me sentei no sofá toda sem graça para esperar a Lara terminar de se arrumar e fui surpreendida com Gabriel, que apareceu na sala e me abraçou apertado. Suspirei de amor e me permiti sentir o calor do seu corpinho magro.
— Oi, tia Luna, veio me ver? — Perguntou todo entusiasmado. Era um alívio perceber que mesmo sendo criado pelo Russo, o meu filho não tinha se tornado uma criança amargurada como o pai.
— Também. — Dei risada da sua alegria. — Lana e eu viemos te convidar para passear com a gente.
— Podemos ir na praça, tia? — Assim que concordei, ele saiu puxando Alana para o quarto dele dizendo que queria mostrar o videogame.
Fiquei mexendo no celular enquanto Lara não aparecia. Ela mudou bastante, estava mais vaidosa com a aparência.
Me virei no sofá quando escutei a porta da rua abrindo.
— O que está fazendo aqui na minha casa? — Carina reclamou, me olhando com uma cara de quem comeu e não gostou.
— Estou esperando minha irmã. — Respondi, mesmo sabendo que no fundo eu não devia satisfações a ela. — E vou levar o Matheus para sair com a gente.
— E posso saber quem deixou? — Ela cruzou os braços. — Não lembro de você ter pedido a minha autorização.
Levantei e me aproximei dela ao ponto de restar apenas alguns centímetros de distância. Era bom que Carina soubesse de uma vez por todas que eu não era mais a menina ingênua que ela conheceu no passado.
— Pois fique você sabendo que eu não preciso da sua autorização para sair com o meu filho. — Murmurei baixo, tomando o cuidado para ele não escutar do quarto, mesmo que a minha vontade fosse de sair gritando aquilo aos quatro ventos. — Você pode até fingir que é a mãe dele na sua cabeça doentia, mas para mim não. Eu vou levar ele quando e na hora que eu quiser, entendeu?
— Olha aqui, sua pistoleira de quinta categoria, não ouse achar por um minuto sequer que você vai tirar o Matheus de mim, ok? Eu sou capaz de sumir com você se for preciso. — Ela me ameaçou apontando o dedo na minha cara, e eu não duvidei que fosse verdade. Mas também não deixei barato.
— Ah, é? — Abri um sorriso debochado. — Pois eu digo o mesmo para você. Não tem ideia do que eu faço para proteger as pessoas que amo, especialmente os meus filhos.
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Sombras da Dor [M]
Fanfic+18| Em um passado marcado por mágoas e escolhas equivocadas, Luna e Russo viveram um romance turbulento que parecia destinado ao fracasso. Agora, o destino conspira para que eles se reencontrem, trazendo à tona antigas feridas e sentimentos mal res...