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Luna Oliveira

Pensei em cancelar o encontro que marquei com o RR, mas Gabriela era persuasiva demais e conseguiu me convencer a não dar para trás, afinal, se eu passasse o tempo todo em casa, nunca viveria de verdade.

Optei por um visual mais casual, usando uma saia jeans e uma blusa de mangas longas com um decote generoso na frente. Não estava querendo impressionar ninguém, já que sabia que aquele lance entre mim e o RR não iria para frente por diversos motivos.

— Uau, você está linda, Lua. — Ergui a cabeça e encontrei Lara na porta, sorrindo de um jeito que eu conhecia bem.

— Não adianta fazer essa cara, sonsa. — Revirei os olhos.

— O quê? Eu nem disse nada. — Ela se fez de desentendida.

— Nem precisa, né? Conheço você como a palma da minha mão, Lara. — Respondi, terminando de colocar as botas e me levantando para ajeitar a saia.

— Só não se esqueça de me apresentar ao cunhadinho. — Ela provocou, soltando um risinho. Mostrei o dedo do meio enquanto ia para o banheiro pegar meu perfume. — Thiago vai passar por aqui, ok? Vamos assistir um filme com a Lana.

— Hum, não abusem. — Falei enquanto recolhia minhas coisas. Combinei de encontrar o RR no bar, então ainda tinha um caminho pela frente. — Coloque ela na cama no horário certo, está bem?

— Pode deixar, capitã. — Ela brincou na frente de Alana, que riu das palhaçadas da tia.

— Vamos ficar bem, mamãe. — Alana disse do sofá.

— Acho bom mesmo, senão coloco as duas de castigo. — Me aproximei e beijei a testa dela. — Obedeça a tia Lara e se precisar, peça para ligar para mim, está bem?

Alana assentiu, sorrindo para Lara. Balancei a cabeça e me despedi da minha irmã antes de sair de casa.

Cumprimentei o campana da rua com um boa noite e fui em direção ao bar do Veinho.

RR já estava sentado lá quando cheguei; havia duas garrafas de cerveja vazias na mesa, indicando que ele já tinha começado a beber antes da minha chegada. A música que tocava no bar era ótima, um sambinha bem gostoso do Arlindo Cruz.

— Só agora me dei conta que aceitei sair com alguém cujo nome nem sei. — Cheguei por trás dele e ele sorriu, levantando-se para me abraçar e beijar o canto da minha boca. — Você pode ser perigoso.

— Você que não perguntou, gata. — Ele revirou os olhos dramaticamente. — Rodrigo, satisfação. — Beijou minha mão e depois me olhou de cima a baixo. — Você está linda para caralho.

— Obrigada. — Ri do seu exagero e puxei uma cadeira para me sentar à sua frente.

RR foi até o balcão e pediu um chope para mim e alguns petiscos para nós.

Enquanto conversávamos, Perninha apareceu na porta do bar, me olhando com um sorriso irritante.

— Fala tu, cunhadinha. — Ele me forçou a cumprimentá-lo com um toque e depois acenou para RR.

Acompanhei com os olhos quando ele entrou no bar e logo depois saiu carregando um saco; esperava que ele não estivesse levando bebidas para minha casa.

— Sua irmã tem sorte de namorar o Perninha, ele é sangue bom demais, moleque humilde. — RR comentou, percebendo minha expressão descontente.

— Não sei, ele não parece ser tudo isso. — Respondi. Já gostei muito dele, mas no final das contas, sabia que estava envolvido na vingança do Russo contra mim.

Sombras da Dor [M]Onde histórias criam vida. Descubra agora