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Luna Oliveira

SÁBADO

Chegamos à Armação de Búzios quase às duas horas da madrugada. A casa era ainda maior e mais bonita pessoalmente, com um estilo meio campestre, toda revestida com madeiras escuras e sacadas de vidro embelezando o segundo piso.

No entanto, não deu para explorar muito a paisagem por conta do horário, mas prometi a mim mesma que observaria pela manhã assim que o dia clareasse.

Enquanto Russo descarregava as malas do carro, eu tentei acordar as crianças no banco de trás, mas foi uma ação mal sucedida, então ele acabou carregando um de cada vez para dentro.

Havia duas suítes, ambas com camas de casal.

Eu me recusava a dividir o quarto com Russo, então me espremi entre as crianças na cama king size e dormi, acordando só no dia seguinte com o barulho de correria no andar debaixo.

Me espreguicei preguiçosamente e senti uma leve cólica no topo da barriga, tão fraca que passaria despercebida em outro momento, por isso não me preocupei e apenas bocejei, arrastando o corpo para fora da cama.

Alana e Matheus já não estavam no quarto, então provavelmente eram eles os responsáveis pelos barulhos e risadas altas.

Olhei para o horário no meu celular e eram dez horas; acabei dormindo demais.

Ainda sonolenta, levantei-me e caminhei até as cortinas, afastando-as para o lado e abrindo a porta de correr, que me revelou de vários ângulos o espetáculo que era aquele mar azul à minha frente.

Diferentemente de ontem à noite, hoje o dia amanheceu ensolarado, apesar das poucas nuvens, e os pássaros cantavam felizes nas árvores.

A poucos passos da casa, estava o calçadão da praia e alguns quiosques.

Voltei a entrar no quarto e fui até o banheiro, onde escovei os dentes e tomei um banho rápido, colocando um vestido leve e florido.

Assim que terminei de descer as escadas, pude ouvir os gritos claramente.

— Bom dia, mamãe! — A primeira a me notar foi Alana, que veio correndo até mim e me abraçou, encostando a cabeça na minha barriga.

— Estou quase morrendo de fome. — Matheus protestou, me encarando todo pidão.

— Seu pai não fez nada para vocês comerem? — Olhei repreensivamente para ele, mas ele me ignorou e continuou deitado no sofá da sala, assistindo a um canal de esportes. — Vou preparar o café da manhã.

— Depois vamos ver o mar? — Alana me seguiu.

Uhum... — Concordei distraída e comecei a abrir os armários da cozinha, onde encontrei um monte de comida. Biscoitos, pães, guloseimas.

Peguei algumas coisas na geladeira e as coloquei sobre a bancada de mármore, observando pela janela a área externa da casa. Havia uma tenda de madeira com algumas poltronas e sofás, além de uma piscina de tamanho reduzido.

— Pão com ovo? — Matheus perguntou, olhando para a frigideira que eu acabara de colocar no fogão. Balancei a cabeça e pedi a ele que me ajudasse a cortar os pães.

Sombras da Dor [M]Onde histórias criam vida. Descubra agora