28
Luna OliveiraO shopping realmente ficava perto de onde estávamos hospedados, coisa de quinze a vinte minutos de distância. Comprei vários brinquedos, o suficiente para que todos pudessem presentear Matheus no dia seguinte, inclusive Alana.
Quando voltamos para casa, antes de começar a organizar os presentes na sala, certifiquei-me de que as crianças ainda estavam no quarto dormindo, alheias à nossa saída. Respirei aliviada.
Russo e eu dormimos no quarto dele, cada um em seu canto. No entanto, curiosamente, acordei com a cabeça em seu peito e as pernas entrelaçadas, sua mão me segurava possessivamente pela cintura, como se impedisse que eu escapasse durante a noite.
Seu ressonar era calmo e baixo, nem parecia o velho Russo. Soltei-me lentamente de seu abraço e me levantei, saindo do quarto sem acordá-lo, e entrei no quarto ao lado, onde encontrei meus filhos em um sono profundo.
Fui ao banheiro, tomei banho e fiz minha higiene matinal. Depois, desci para preparar o café da manhã. Compramos um bolo no mercado para cantar parabéns para Matheus, e até procurei as velinhas, mas não as encontrei.
Russo acordou antes dos dois e foi o primeiro a descer. Prendi a risada ao vê-lo. Um lado do seu rosto estava marcado pelo travesseiro, o que tornava a situação engraçada por conta de sua expressão mal-humorada.
— Bom dia — cumprimentei, tentando segurar o riso, ele apenas balançou a cabeça e foi para os fundos da casa.
Vi quando ele mexeu na lona que cobria a piscina, retirando-a e começando a limpar a água em silêncio.
Voltei para dentro quando ouvi um barulho vindo de cima. Alana foi a primeira a aparecer na cozinha, coçando os olhos, e Matheus logo atrás.
— Surpresa! — Anunciei, segurando o bolo nas mãos.
Matheus abriu um sorriso genuíno e se aproximou empolgado, olhando para seu bolo de morango recheado com calda de chocolate.
— É meu? — Perguntou, surpreso.
— É sim. — Respondi, colocando o bolo na mesa e ajudando Alana a subir na cadeira, como Matheus havia feito. — Feliz aniversário, filho.
— Por que não me disse que era seu aniversário hoje, Matheus? — Alana reclamou, fazendo bico. — Eu não comprei um carrinho para você.
— Não tem problema, Lana, fico feliz só de você estar aqui comigo agora. — Respondeu, e achei super fofo sua paciência com a irmã. Os dois se abraçaram e Alana beijou sua bochecha.
— Mas quem disse que não temos presentes, hum? — Ergui a sobrancelha e Matheus me encarou com os olhos brilhando. — Já olhou na sala?
Matheus e Alana correram para lá, encontrando os presentes em cima do sofá.
— Uau, olha o tanto de presente, Lana. — ele mostrou.
— Abra logo, estou curiosa. — Alana sentou no sofá e ficou observando o irmão abrir as caixas embrulhadas.
Russo apareceu naquele momento e parou ao meu lado, ficando quieto enquanto Matheus abria os presentes e ficava boquiaberto com os brinquedos. Eram carros, bonecos, jogos de montar... Tudo que Russo me contou por pura espontânea pressão.
— Obrigado, Lana. — Ele agradeceu e se virou para nós dois. — Obrigado, pai. E obrigado, mãe. — A última palavra ele corou ao dizer baixo, mas o suficiente para que eu escutasse.
Meu coração disparou de um jeito que pensei que fosse morrer. As lágrimas foram inevitáveis. Matheus tinha acabado de me chamar de mãe. Pela primeira vez na vida, ele me reconheceu como mãe.
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Sombras da Dor [M]
Fanfic+18| Em um passado marcado por mágoas e escolhas equivocadas, Luna e Russo viveram um romance turbulento que parecia destinado ao fracasso. Agora, o destino conspira para que eles se reencontrem, trazendo à tona antigas feridas e sentimentos mal res...