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POV MANOELA TRINDADE

Assim que chegamos na praia já fomos pegando as coisas no carro, a praia estava um pouco vazia mas as ondas pareciam perfeitas, tinham alguns caras na água surfando e não demorou pro Gabriel também ir.

Arrumei uma canga na areia, coloquei minha bolsa e o Gabriel tinha aberto um guarda sol, posicionei o tripé com a câmera e me diverti tirando altas fotos, era a primeira vez que eu tirava fotos daquele tipo mas tinha feito um bom trabalho.
Algumas vezes troquei as lentes por conta da proximidade ou da distancia que ele dava, mas ficaram perfeitas as fotos.
Logo o Gabriel saiu da água e se jogou do meu lado na canga, ele balançava o cabelo pra água voar em mim.

(Manoela): Para com isso! – pedi tentando o empurrar.

(Gabriel): Você é uma chata – rimos e então ele parou, ficamos um tempo conversando ali e ele me contava da sua família e também me fez falar da minha.

(Manoela): Ah os meus pais são tudo pra mim, minha irmã também apesar de eu não ter muito paciência com ela na maioria das vezes, mas eu amo eles, tenho medo de um dia acontecer alguma coisa com eles... – falei um tanto triste, não me sentia muito confortável pra falar da situação dos meus pais.

(Gabriel): Como assim? O que foi? Pode me contar se você se sentir confortável – parecia sincero.

(Manoela): Eu tenho a impressão de que meus pais vão se separar, eles brigam quase sempre e várias vezes já ouvi minha mãe falando no telefone com a minha vó que ela já estava ficando esgotada... Isso seria difícil pra mim, mas muito mais pra minha irmã.

(Gabriel): Caramba... Eu te entendo, não foi muito fácil pra mim quando meus pais se separaram mas depois eu aprendi a lidar com isso – ele me abraçou pelo ombro – fica tranquila, vai ficar tudo bem...

(Manoela): Quero acreditar nisso – sorri de lado.

(Gabriel): Chega de coisa triste, vamos pra água! A gente veio se divertir então nós vamos - levantou e me puxou pela mão pra que eu levantasse.

(Manoela): Para de me olhar assim – disse quando vi ele me olhar tirando o short.

(Gabriel): Olhar como? Desculpa, eu não... – ficou envergonhado.

(Manoela): Relaxa, tá tudo bem – ri e saí correndo pra água – o último a chegar é um mané – ele correu e no caminho me pegou jogando por cima do ombro.

Eu gritava até chegar na água que estava muito gelada, ele se jogou de uma vez comigo no ombro.

[...]

A companhia dele era agradável, nossas conversas eram divertidas e eu me sentia estranhamente bem com ele, normalmente eu fico nervosa perto das pessoas mas eu me sentia muito tranquila do lado dele.
Resolvemos ir almoçar em algum restaurante ali perto e o almoço foi super agradável, a gente conversava como se fôssemos amigos há anos e eu gostava disso. Só fomos embora quando o sol já estava indo embora e minha mãe me mandou 50 mensagens pedindo pra ir pra casa porque ela sairia com meu pai, estranhei já que eles não saíam juntos há tempos e então obedeci, o Gabriel me deixou na porta de casa.

(Manoela): Muito obrigada pelo dia, foi incrível – sorri envergonhada.

(Gabriel): Eu que te agradeço por ter aceitado ir comigo, foi muito legal te conhecer melhor, porque a gente não fez isso antes? – perguntou brincalhão.

(Manoela): Também não sei, talvez Deus achou que não era a hora certa – rimos e o abracei como despedida e depositei um beijo na sua bochecha – tchau, vai com cuidado! – falei já do lado de fora do carro.

(Gabriel): Pode deixar! – e deu partida, entrei em casa e minha mãe estava no sofá arrumada, olhei pela casa e Alice não estava.

(Manoela): Oi, cheguei! – falei sorrindo pra ela que por incrível que pareça não me deu uma bronca.

(Clara): Oi, meu amor! Como foi o dia? – esticou a mão pra que eu sentasse do seu lado.

(Manoela): Foi incrível, eu tirei umas fotos lindas e comi o melhor risoto da minha vida – ela sorria.

(Clara): E você e o Gabriel... – disse sugestiva.

(Manoela): Não, mãe! Eu praticamente conheci ele hoje.

(Clara): Nem uns beijinhos, Manu? – disse surpresa e eu neguei com a cabeça – isso não vai demorar pra acontecer, já até sei...

(Manoela): Mãe! Isso não vai acontecer, ele é só um amigo – tentei me convencer disso e ela riu mas assentiu, meu pai desceu as escadas.

(Marcelo): E aí, meu amor! Como foi o dia? – ele tentou parecer empolgado, mas eu sabia que nunca foi muito fã de me ver com meninos.

(Manoela): Foi ótimo, olha, eu vou tomar um banho – falei já levantando do sofá mas antes dando um beijo na minha mãe – cadê a Alice?

(Clara): Tá na casa da Simone, nós vamos sair mas não voltamos tarde, daqui a pouco a Lili chega.

Meu pai já tinha ido pra garagem, eu estava estranhando aquela saída deles então tive que perguntar. Ela me parecia preocupada.

(Manoela): Tá tudo bem entre vocês? - perguntei com medo da resposta.

(Clara): Quando eu chegar a gente conversa sobre isso ou outro dia, mas fica tranquila - beijou minha testa e saiu. Eu fiquei com uma sensação ruim no peito, mas deixei de lado e fui tomar meu banho.

O som alto me fazia companhia enquanto eu editava as fotos do Gabriel no computador, adoro a parte de edição por que consigo transmitir um pouco mais sobre o momento com as cores e cortes.

SIDE BY SIDEOnde histórias criam vida. Descubra agora