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—  POV MANOELA TRINDADE

| 4 anos depois |

(Manoela): Não acredito! - dei um grito ao ouvir Chloe na ligação me dizendo que estava vindo pro Havaí junto com toda a galera.

(Chloe): Eu tô tão feliz que a gente vai se ver! - gritou também e eu ria.

(Manoela): Amiga, eu tô morrendo de saudades - falei quase chorando, era tudo o que eu precisava.

Ela não me contou o motivo de todos virem adiantados pro Havaí mas fiquei feliz mesmo assim por saber que eu iria conseguir matar a saudade antes e de todos eles, já que quando fui em Maresias no Natal do ano retrasado a maioria estava viajando.

Se em 1 ano muita coisa muda, imagina em 4.
Hoje em dia sou mais madura, mais responsável, mais tranquila e até mais saudável, de uns anos pra cá resolvi mudar muitas coisas e a primeira mudança foi no cabelo, em um momento de surto e loucura eu resolvi que ia escurecer totalmente meu cabelo e no mesmo dia encontrei um salão perto de casa que tinha uma ótima avaliação.

Nesses 4 anos no Hawaii eu me conheci melhor e também conheci muitas pessoas, fiquei com alguns caras e por incrível que pareça passei a visitar bares com minhas amigas, se Chloe me visse em um bar ela diria: "Manoela, o que fizeram com você?".

A faculdade estava indo perfeitamente bem e a minha alegria é saber que termino esse ano, as coisas estavam indo bem depois de longos 9 meses de medo e desespero, passei por um momento que não desejo pra ninguém.
Foi o pior dia da minha vida e até hoje não consigo contar pra ninguém, só a minha mãe, Ana e o João que sabem o que aconteceu e eu implorei pra que eles não contassem a ninguém, aquilo era vergonhoso e constrangedor demais pra mim.

Eu estava fazendo terapia pra aprender a lidar mas às vezes ainda tinha uns momentos de gatilho e medo, era tanto ao ponto de não conseguir dormir, acabei desenvolvendo estresse pós-traumático e minha psicóloga disse que talvez eu possa ter síndrome do pânico.

Tentei ter coragem pra contar pra Chloe mas era muito difícil, até pra conversar com a psicóloga na primeira semana de terapia foi difícil. Eu só chorava e não conseguia falar uma palavra.

(Ana): Ei, tá tudo bem? - perguntou me vendo completamente pensativa no sofá.

(Manoela): Tá sim, eu só tava pensando algumas coisas - tentei sorrir.

(Ana): Quer conversar?

(Manoela): Não precisa, eu tô bem, juro - a tranquilizei forçando um sorriso.

Ana tá sempre por perto depois do que aconteceu, ela me manda mensagem a todo momento quando preciso sair ou quando estou na faculdade e ela em casa.

Ela e minha mãe tem sido meu maior suporte, elas tem me ajudado a me reerguer e lidar com a situação.
Não é nada fácil mas tô vivendo um dia de cada vez. Cada coisa no seu tempo.

SIDE BY SIDEOnde histórias criam vida. Descubra agora