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— POV MANOELA TRINDADE
• HAWAII

A primeira semana no Hawaii foi corrida, minhas aulas eram todos os dias e na maioria deles era período integral, eu saía do meu dormitório de manhã cedo e só voltava de noite, chegava tão cansada que só pensava em dormir.

Consegui fazer amizade com alguns brasileiros que também tinham conseguido a bolsa assim como eu mas também fiz algumas amizades com locais, tudo naquele lugar me encantava e eu praticamente tirava foto o tempo inteiro e mandava pro Gabriel, aliás a gente se falava todos os dias e sempre quando minhas aulas terminavam ele me ligava em chamada de vídeo e ficávamos conversando até eu dormir.

O contato com a minha mãe também era igual, nos falávamos todos os dias e ela sempre dizia o quanto aquela casa não era a mesma sem eu, meus amigos também me mandavam mensagens e Chloe já tinha até comprado passagens pra me visitar, as coisas estavam indo muito bem e eu estava dando meu máximo em tudo.

Em uma sexta-feira comum saímos da faculdade - eu, Ana, João e Lara - e fomos andar pela cidade na esperança de talvez conseguir algum emprego.
Morar no campus era tranquilo mas eu não me sentia à vontade com a minha colega de quarto que era bem fechada, assim que cheguei aqui eu busquei diversos apartamentos pra alugar que fossem baratos mas não comentei com ninguém porquê era só uma possibilidade.

Depois de entrar em algumas lojas e restaurantes em busca de uma oportunidade de emprego, paramos em um bar próximo do campus e pedimos algumas cervejas pra gente.

(João): Vocês vão conseguir conciliar um trabalho com a faculdade? - perguntou enquanto dava um gole na sua garrafa.

(Lara): Minha grade muda na próxima semana então pra mim vai ficar tranquilo.

(Manoela): A minha só muda no próximo mas vou dar um jeito, eu preciso de um lugar pra morar - eles riram do meu desespero.

(João): Já falei que deixo você passar um tempo na fraternidade comigo mas você não quer - revirei os olhos.

(Manoela): Não existe a menor chance de eu morar em uma fraternidade cercada de homem e tendo que catar cueca pelos corredores já que homens não tem senso de organização - zoei e ele se fingiu de ofendido.

(Ana): Concordo com ela, vocês são porcos - rimos mais ainda.

(João): Duvido que um dia vão ver a fraternidade bagunçada.

(Lara): Tendo uma faxineira que é paga pelo mais rico de vocês é fácil manter aquele lugar organizado - ele revirou os olhos.

João mora numa fraternidade com diversos jogadores de futebol americano, ele inclusive é um jogador e adora se exibir com esse título.
O capitão do time é o Josh que não duvido que seja o mais rico entre os outros caras, ele é o melhor amigo do João então nós acabamos sendo apresentadas à ele.
Não vou negar, ele é um gato mas às vezes seu ego inflado o faz um chato, Ana acha que eu devo dar una pega nele mas acabei de chegar na cidade, não estou mesmo pensando nisso.

| 4 meses depois |

Depois de 4 meses algumas coisas mudaram.
Minha mãe um dia me ligou de repente dizendo que estava pensando no assunto e achou que seria melhor eu alugar um apartamento do que ficar no campus e então ela disse que me mandaria um pouco mais de dinheiro todo mês que fosse o suficiente pra bancar um apartamento.

Minha grade na faculdade deu uma aliviada, agora minhas aulas são 3x na semana mas ainda assim não consegui um emprego que se encaixasse.

(Ana): Eu também tava procurando um pra alugar, mas os aluguéis na cidade são bem caros pra uma pessoa - estávamos indo para os nossos dormitórios.

(Manoela): Ana! A gente pode dividir um apartamento, ficaria mais leve pra nós duas - ela vibrou comigo.

Então na outra semana já fomos em busca de um apartamento, o que não foi difícil.

Achamos um perfeito com três quartos, cozinha e sala grandes, banheiro em cada quarto e a vista era pro mar, era o apartamento perfeito então não demoramos pra falar logo com o proprietário e fechar um contrato.

O apartamento foi decorado do jeitinho que queríamos, me parecia um pouco grande só pra duas pessoas mas aquele era o mais próximo da faculdade e o preço estava surpreendente baixo.

No mês seguinte Chloe chegou no Hawaii em um sábado de manhã, passei o endereço do apartamento e ela foi de táxi do aeroporto até lá, minha felicidade não cabia em mim quando a vi, estava morrendo de saudade.
Passamos a manhã inteira fazendo fofoca e ela me atualizava de como estavam as coisas em Maresias.

(Chloe): Aquele lugar não é o mesmo sem você, a gente sempre sai nos finais de semana pra comer e se divertir, mas não é a mesma coisa sem você e o Gabriel - estávamos deitada na sala.

(Manoela): E ele como tá? A última vez que nos falamos foi há umas semanas atrás e ele tinha dito que ia competir em algum lugar - perguntei um pouco preocupada.

Nos dois primeiros meses aqui no Hawaii a gente conseguiu manter o contato direto mas umas semanas atrás ele meio que se afastou, eu mandava mensagem e ele só me respondia no dia seguinte, suas ligações pararam então eu só acompanhava sua vida pelo instagram e pelo o que parecia ele tinha bastante amigos novos, e quando eu conseguia assistia alguma competição dele pela internet.

(Chloe): Ele tá sempre ocupado e viajando com o Charlao, a gente quase não vê ele também e quando vemos é só quando ele tá treinando na praia - ela parecia chateada - os meninos me falaram que ele foi convidado pra competir em um campeonato do CT na Austrália - arregalei os olhos e instantaneamente abri um sorriso, estava feliz por ele.

(Manoela): Caramba! - falei ainda sorrindo - ele ainda vai longe com o surfe, eu sempre soube disso - sorri boba e Chloe me zoou.

(Chloe): Você tá há quase 6 meses longe dele e ainda continua apaixonada, o que ele fez com você? - ela ria.

(Manoela): Ei, eu não tô apaixonada por ele - me defendi e joguei uma almofada nela.

(Chloe): Ah é? Não me lembro de você falar de alguém pra mim com esse sorrisinho nos lábios - tampei a boca pra conter o sorriso e ela ria mais ainda.

(Manoela): Para! Eu não tô apaixonada por ele, seria ridículo porquê eu tô aqui no Havaí e ele eu nem sei onde.

(Chloe): Ok! Ele não merece mesmo o seu amor, amiga - disse e levantou indo até a cozinha, ela estava séria então estranhei.

(Manoela): Não entendi - tinha uma interrogação enorme na minha testa - você sempre apoiou a gente junto.

Tinha alguma coisa errada nessa história.

SIDE BY SIDEOnde histórias criam vida. Descubra agora