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—  POV GABRIEL MEDINA

Não tinha nem como negar pra mim mesmo que eu estava mexido com a presença da Manoela, por anos coloquei na cabeça que o que a gente teve era passado mas então ela apareceu e mudou totalmente a minha cabeça.

Antes de ir pro seu apartamento ouvi a Fernanda falar pra caramba no meu ouvido, só respondi que depois conversaríamos e saí, deixei meus pais avisados de pra onde eu ia e segui o caminho até o outro lado da cidade.

Tentei ao máximo negar pra mim mesmo que eu estava gostando da Manoela de novo, mas tive a certeza de que nunca deixei de gostar dela quando ela abriu a porta daquele apartamento e me olhou sorrindo.

A nossa conversa foi tranquila e confesso que eu esperava que ela pelo menos me xingasse por ser tão idiota mas ali eu vi que ela não é mesma Manoela que conheci com 16 anos.

Ela está bem diferente, começando pelo cabelo que deixou ela com cara mais de mulher e então a personalidade, eu sei que no fundo ainda tem a Manoela mandona e brava, mas agora ela parece mais tranquila e serena.
Ela tá tão madura e responsável, até no seu jeito de falar tem algo diferente.

Passar a noite toda com ela deitada no meu colo e conversando sobre coisas bobas foi a melhor coisa em anos, eu estava controlando a minha vontade de beijar ela toda vez que a via sorrindo, sei que é errado eu pensar nessas coisas mas meu coração estava falando mais alto.

Quando fui embora eu não consegui resistir e tive que beijar ela, mesmo não sendo exatamente na boca, era como se dissesse: "da próxima eu não erro o lugar". Fiquei horas rodando pelo centro da cidade, queria ter pelo menos mais 10 minutos de paz como eu tinha tido com a Manu, sabia que no dia seguinte ia ter uma discussão com a Fernanda então eu só precisava de mais um tempo longe dela.

Ela não é uma pessoa ruim, não posso cuspir no prato que comi porque no começo do namoro ela me fez muito bem, eu realmente gostava dela mas as brigas sem motivo e tanta cobrança tinha desgastado o nosso relacionamento. Eu não sabia como ia terminar com ela mas era uma coisa que eu precisava fazer.

As palavras da Manoela martelavam na minha cabeça, eu não podia me privar de ser feliz assim.

Cheguei em casa fazendo o máximo pra não fazer nenhum barulho, a casa estava escura e pra evitar uma discussão aquela hora da madrugada preferi dormir no sofá, era desconfortável mas era só uma noite.

Antes de apagar mandei mensagem pra Manoela avisando que já tinha chegado mas ela nem respondeu então imaginei que já estava dormindo.

[...]

(Simone): Gabriel, o que você tá fazendo no sofá? - perguntou me sacudindo, abri os olhos com dificuldade.

(Gabriel): Eu cheguei tarde ontem e não queria acabar tendo uma briga com a Fernanda aquela hora - resmunguei sonolento e ela assentiu.

(Simone): Você vai ficar cheio de dor depois, levanta daí e vai dormir no meu quarto - mandou e eu nem reclamei, subi em passos cegos e me joguei na cama assim que entrei no quarto.

Só acordei mais tarde e olhei a hora no celular, passava das 13h.

Passei no meu quarto pra tomar banho e fazer minhas higienes, o mesmo estava vazio e agradeci por isso, quando desci as escadas a casa também estava vazia e só no quintal vi Fernanda sentada em uma espreguiçadeira mexendo no celular. Comi alguma coisa e fiquei um tempo pensando em como conversar com ela, eu ia machucar os sentimentos dela mas se não fizesse nada eu ia me machucar cada vez mais.

SIDE BY SIDEOnde histórias criam vida. Descubra agora