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— POV MANOELA TRINDADE

Acordei com o som alto do rádio do meu avô, com toda preguiça do mundo levantei e fui tomar café da manhã.

Arrumei minha mala com as coisas que tinha tirado dela e deixei prontinha só pra pegar quando fosse pra Angra, mandei mensagem pro Gabriel perguntando se estava ocupado e ele me respondeu algumas horas depois.

"(Manoela): ei, tá ocupado?

(Gabriel): desculpa, tava em uma coletiva, mas agora tô desocupado

(Manoela): topa um almoço hj?

(Gabriel): como assim?

(Gabriel): você tá no Rio?

(Manoela): surpresa! 😂

(Gabriel): que surpresa maravilhosa! aonde vamos almoçar?

(Manoela): também é surpresa, te busco 12h

(Gabriel): tô no LSH

(Manoela): ok, daqui a pouco tô aí

(Gabriel): pode vir agora, eu tô morrendo de saudade

(Manoela): vou pensar no seu caso... kkkkkk

(Gabriel): ah é? kkkkkkk

(Gabriel): já liberei sua entrada

(Manoela): já chego"

Foi coisa de minutos pra eu estar arrumada e com as chaves do carro da minha mãe na mão.

(Sophie): Aonde você vai? Não vai almoçar com gente? - perguntou curiosa me vendo arrumada.

(Manoela): Eu vou... - minha mãe me interrompeu.

(Clara): Ela vai ver o namorado, mãe - arregalei os olhos e ela ria da minha cara.

(Sophie): Ah, traz ele pra almoçar com a gente, Manu - eu queria rir daquela situação mas eu tava nervosa.

(Manoela): Eu não tenho namorado nenhum, eu tô indo ver um amigo - tentei falar tranquila.

(Sophie): Pode trazer ele sendo amigo mesmo - a minha mãe ria.

(Manoela): Eu vou ver, preciso ir - olhei o celular e já tinha mensagem do Gabriel perguntando se eu já estava indo.

Dei um beijo nas duas e saí, o caminho até o hotel foi bem rápido já que ficava próximo do condomínio dos meus avós.

Cheguei na recepção e falei que o Gabriel estava me esperando, a mulher ainda demorou uns minutos checando se tinha algum aviso pra portaria e só então me liberou, ele estava no último andar do prédio e parecia que o elevador estava demorando uma vida pra subir.

A porta do quarto foi aberta na minha primeira batida e o sorriso no seu rosto era impagável.

(Manoela): Surpresa! - falei rindo e ele me abraçou na mesma hora, meus pés não tocavam o chão e ele me levava pra dentro do quarto, fechando a porta com o pé.

(Gabriel): Eu tava morrendo de saudade - ainda me apertava e eu ria do quão empolgado ele tava.

(Manoela): Eu também tava, por isso eu vim - ele me soltou e eu sorri doce.

(Gabriel): Você veio hoje?

(Manoela): Não, eu vim ontem de manhã, quando você estava no avião me mandando mensagem eu já estava a caminho - ele riu.

(Gabriel): Se eu soubesse teria te levado pra jantar comigo ontem, você conheceria a diretoria pessoalmente - meus olhos brilharam só de imaginar.

(Manoela): Caramba que mole que eu dei, não tinha pensado nisso - ele gargalhou junto comigo - mas não tem problema, eu saí pra jantar com a minha mãe já que fazia muito tempo que a gente não saía juntas.

(Gabriel): Que legal, aposto que ela também sentia falta disso - assenti.

Ele entrou no banheiro por alguns segundos e eu me joguei na cama, sempre amei cama de hotel, elas sempre são melhores que a da nossa casa. Ele voltou pro quarto e deitou do meu lado, me puxou pra deitar no seu peito e eu afundei o rosto na curvatura do seu pescoço, sentindo seu cheiro.

(Gabriel): Já posso saber onde vamos almoçar? - ele fazia cafuné no meu cabelo.

(Manoela): Eu ia te levar em algum lugar legal, mas a minha mãe me entregou quando eu estava saindo da casa da minha vó então minha vó disse que era pra eu levar você pra almoçar com a gente na casa dela - levantei meu corpo e me apoiei no cotovelo.

(Gabriel): Então vai me levar pra conhecer sua família? - disse sugestivo - isso quer dizer que tá me oficializando? - gargalhei, mas senti um nervoso por dentro.

(Manoela): Bem, minha avó quer me forçar a te oficializar, eu ia te enrolar por mais um tempo - brinquei e ele riu mais ainda.

(Gabriel): Caramba, Manu, como você é má - eu ri e ele me beijou, sua mão se emaranhava pelo meu cabelo - vou adorar almoçar com a sua família - um sorriso se abriu nos meus lábios e no dele também.

(Manoela): Eu te levo pra almoçar em outro lugar, outro dia, fico te devendo - pisquei pra ele que assentiu com a cabeça e voltou a me beijar, ficamos horas ali deitados e trocando carícias.

Ele me contava da coletiva de mais cedo e do quanto ficou nervoso por ter que falar na frente de tanta gente e ontem também deu entrevista para alguns programas de tv.

(Gabriel): Manu, seu telefone tá tocando - gritou do quarto, eu estava no banheiro.

(Manoela): Quem é? - gritei de volta.

(Gabriel): Chloe.

(Manoela): Atende, por favor - pedi e ele ficou calado, mas logo ouvi sua voz falando com Chloe, ela provavelmente perguntava se eu iria pra Angra com o Gabriel já que eu estava no Rio.

(Gabriel): Vocês vão que horas? - perguntou e ela respondeu do outro lado da linha - beleza, nós vamos almoçar e depois vamos direto pra Angra - Chloe falou mais alguma coisa e eles logo desligaram.

(Manoela): O que ela queria? - perguntei parada no batente da porta.

(Gabriel): Queria saber como você vai pra Angra mas como eu atendi, ela logo entendeu que você vai comigo - se arrastou até a beirada da cama e esticou a mão pra mim, eu a peguei e ele me puxou pra perto, abraçando minhas pernas.

(Manoela): Ah tá - ele sorriu pra mim - vamos almoçar antes que a próxima ligação seja da minha mãe.

(Gabriel): Vamos, tô cheio de fome - levantou me dando um selinho e foi pegar uma camisa, saímos do hotel e pegamos o caminho do condomínio.

Confesso que estava um pouco apreensiva com esse encontro do Gabriel com meus avós, eles são de boa mas a minha avó quando quer fazer alguém sentir vergonha ela consegue.

(Manoela): Sinta-se em casa - falei abrindo a porta e dando passagem pra ele que riu do meu jeito de falar.

SIDE BY SIDEOnde histórias criam vida. Descubra agora