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POV MANOELA TRINDADE

No meio de Julho meus amigos chegaram e fizeram aquela bagunça, passamos 5 dias juntos e foi tão bom que eu aproveitei ao máximo a companhia deles.

Levei eles pra conhecer vários lugares e até o campus, cada área da faculdade mostrei pra eles e óbvio que eles não perdiam tempo quando viam alguma garota dando mole pra eles. Os havaianos são um pouco sem graça então querendo ou não os brasileiros acabam chamando um pouco de atenção por aqui e eles estavam adorando a atenção que estavam recebendo.

João levou eles pra conhecer a fraternidade e assistir um treino do time de futebol americano, nem preciso dizer que os meninos estavam radiantes.

Quando eles foram embora fiquei triste, queria poder ter mais tempo com eles mas só eu estava de férias, eles ainda tinham suas obrigações e trabalhos pra cumprir.

Quando acordei no dia 21 meu celular estava lotado de mensagens do Gabriel, estranhei já que tinha uns 2 dias que a gente não se falava. Assisti o campeonato todo que ele competiu e infelizmente ele perdeu na semifinal, mas ele surfou muito bem.

Mais uma vez minha tela ascendeu indicando uma ligação.

(Gabriel): Bom dia, preguiçosa! Eu não sei seu endereço e estou no aeroporto esperando um táxi - dei um pulo da cama - pode me passar, por favor?

(Manoela): Bom dia - cocei os olhos na esperança de despertar - você já tá no Havaí?

(Gabriel): Sim, tem 5 minutos que pousei - arregalei os olhos, ele realmente veio de surpresa.

(Manoela): Tá bom, vou te mandar o endereço pelo whatsapp e pedir o porteiro pra liberar sua entrada quando chegar aqui - ele concordou e desligamos.

Enviei o endereço, meu andar e número do apartamento pra ele achar quando chegasse aqui.

Levantei da cama correndo pra organizar meu quarto, guardei as coisas espalhadas e consegui tempo de tomar um banho pra ficar apresentável.

A casa no geral estava limpíssima, temos uma funcionária que ajuda na limpeza da casa mas os quartos nós deixamos com a gente mesmo já que normalmente fica uma bagunça por causa da nossa correria do dia a dia.

Quando meu interfone tocou pedindo a liberação do Gabriel parecia que meu coração ia sair pela boca, era inacreditável ele realmente estar aqui.

(Gabriel): Surpresa! - disse com um sorriso largo quando abri a porta.

(Manoela): Não acredito que você tá aqui - pulei no seu colo e ele me abraçou apertado.

Como senti falta desse abraço e desse cheiro, era como se eu sentisse cheiro de casa.

Gastamos longos minutos naquele abraço mas logo o deixei entrar e se acomodar, ele deixou sua mala no meu quarto e quando estávamos indo pra cozinha Ana chegou da padaria com o restante do nosso café da manhã.

Os apresentei e tomamos café juntos, eles se deram super bem e Ana não perdeu a oportunidade de pedir pra ele assinar a camisa dela.

(Ana): Quando ele for um surfista profissional e famoso eu posso dizer que ele veio na minha casa e ainda autografou minha camisa - brincou mostrando o autógrafo do Gabriel e a gente ria.

Por não saber quando o Gabriel ia chegar eu não programei nada, não fazia ideia de lugar pra levar ele ou programações divertidas mas com a ajuda da Ana montei alguns passeios legais.

(Manoela): Vamos deixar pra sair amanhã, você fez uma longa viagem pra cá e precisa descansar, hoje vamos ficar em casa - falei enquanto abria espaço pras suas roupas no meu closet.

(Gabriel): Combinado - ele pegou algumas roupas na mala e entrou no banheiro pra tomar banho.

Seu longo banho me deu tempo o suficiente pra arrumar a bagunça que estava meu closet, aproveitei logo e coloquei suas roupas no devido lugar pra poupar trabalho pra ele.

(Gabriel): Minha mãe disse que o Charlao tá uma fera por que eu decidi vir pra cá - falou enquanto saía do banheiro sem camisa e secando o cabelo na toalha.

Foi preciso uma força sobrenatural pra não deixar meus olhos descerem até as entradinhas do seu abdômen que me levariam até seu...

(Manoela): Você veio contra a vontade dele? - perguntei surpresa.

(Gabriel): Sim e não, eu só avisei que ia vir passar uns dias com você e ele disse que eu precisava treinar mas em nenhum momento disse pra eu não vir - segurei a risada, como ele é sonso.

(Manoela): E aí você entendeu que isso era um "ok pode ir" e veio - ele assentiu - faz sentido ele estar uma fera.

(Gabriel): Vai ficar do lado dele?

(Manoela): Não, jamais - ergui as mãos - eu apoio a sua vindo pra minha casa.

(Gabriel): Ah que bom - ele me abraçou e encheu minha cara de beijo, sua barba me fazia cócegas.

(Manoela): Seu projeto de barba tá me fazendo cócegas - falei quando ele desceu seus beijos pro meu pescoço, aquilo não devia me arrepiar.

(Gabriel): Não fala da minha barba - me encarou sério e eu segurei a risada.

(Manoela): Fala sério, tira isso daí - passei a mão pelo seu projeto de barba e ele encarava minha boca.

(Gabriel): Não acha que combinou comigo?

(Manoela): Não, mas acho que um bigode ficaria legal - ele sorriu.

De noite pedimos massa e vinho, Ana tinha uma festa na fraternidade pra ir então não ficou com a gente.
Gabriel arrumou a mesa enquanto desci pra buscar nossos pedidos na portaria, na volta cumprimentei algumas vizinhas pelo corredor até chegar no meu apartamento que estava com a luz baixa e somente a luminária na sala acesa com a luz amarela.

(Gabriel): O cheiro tá muito bom - disse assim que abri o pacote na mesa.

(Manoela): Você não faz ideia da maravilha que é essa massa - tirei as embalagens do pacote e ele me ajudou a transferir para as travessas.

Pedimos spaghetti carbonara, fettuccine com camarão, gnocchi de parmesão e ravioli de queijo com molho pesto. O cheiro estava realmente incrível.

(Manoela): Como andam as coisas em Maresias? - perguntei enquanto saboreava o gnocchi e Gabriel comia o ravioli.

(Gabriel): Andam bem, não é a mesma coisa sem você lá mas tá tranquilo - deu um gole no seu vinho.

SIDE BY SIDEOnde histórias criam vida. Descubra agora