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—  POV MANOELA TRINDADE

O ano já estava praticamente acabando e com isso o medo da despedida.

Passei o Natal na casa dos meus avós maternos no Rio de Janeiro, o que foi maravilhoso já que eu estava morrendo de saudades dos meus avós e do restante da família. Fazia bastante tempo que eu não via eles e ter todo mundo junto me trazia uma sensação de paz e tranquilidade, coisa que eu já não sentia desde quando meu pai deixou a gente.

Eu e Gabriel trocamos mensagens durante toda a noite de natal e planejávamos o ano novo, nossos amigos queriam vir pro Rio e eu concordei já que estaria por aqui mesmo, então passaríamos o ano novo em Copacabana.

As festas de final de ano foram perfeitas, foram momentos que eu vou guardar comigo pra sempre e levar junto pro Hawaii. Quando estávamos na praia e as pessoas faziam a contagem regressiva pra dar 00h00, Gabriel me abraçou por trás e ele olhava pro céu junto comigo na expectativa de ver os fogos.

(Gabriel): Feliz Ano Novo, meu amor - falou no meu ouvido assim que os fogos foram lançados, me virei de frente pra ele e o abracei com força.

(Manoela): Feliz Ano Novo, gatinho - e o beijei, nossos amigos logo se aproximaram e vieram nos desejar feliz ano novo.

O sol já nascia quando voltamos pra casa, alguns dos meninos estavam um pouco bêbados e era até engraçado.

(Farias): Gente, foi o melhor ano novo da minha vida - ele estava bem bêbado - obrigado por trazer a gente pro Rio, Manu - todo mundo ria.

(Manoela): Você só não devia beber tanto, não acha? - a gente estava no quintal da casa dos meus avós.

(Farias): Só se vive uma vez e só Deus sabe quando eu vou voltar no Rio - deixamos ele tagarelar mais um pouco, mas todo mundo estava cansado então cada um se espalhou pelos quartos da casa e fomos dormir, eu não tive nem tempo de agradecer a Deus pelo meu dia, apaguei na hora e o Gabriel do meu lado também.

Passamos mais alguns dias no Rio pra aproveitar o recesso, mas parecia que a vida tinha pressa de tão rápido que os dias passaram.

[...]

Sempre achei que eu lidava bem com despedidas mas quando me deparei com todos os meus amigos e minha família no aeroporto comigo só esperando a chamada do meu vôo senti meus olhos marejarem, não imaginei que seria tão difícil.

Em nenhum momento eu parei pra criar expectativas ou pra pensar em como seria esse momento e também a minha vida sozinha no Hawaii, a ideia de deixar as pessoas que amo pra trás agora me aterrorizava.

Ouvimos a chamada do meu vôo e foi inevitável todo mundo me olhar, algumas lágrimas desceram pelo meu rosto mas me controlei pra não chorar desesperadamente.

(Danilo): Você vai arrebentar na faculdade e não precisa ficar com saudade porquê a gente vai te visitar logo - falou enquanto me abraçava.

E então fui abraçar o Farias, depois Miguel, depois Naka, depois Saulo, Chloe, minha mãe, Alice, Sophia, Simone, Charles, Felipe e por fim o Gabriel, deixei o mais difícil pro final.

(Gabriel): Não chora se não eu vou acabar chorando também - falou enquanto eu ia até ele que me abraçou forte e não nos largamos.

(Manoela): Você sabe que eu vou morrer de saudade - falei já chorando mais e percebi que todo mundo se afastou um pouco.

(Gabriel): Eu também vou, todos os dias - afundei meu rosto no seu pescoço e guardei seu cheiro comigo, era tudo o que eu teria.

(Manoela): Me promete que a gente vai sempre manter contato? - pedi me separando do abraço.

(Gabriel): É claro que eu prometo - me abraçou de novo e dessa vez eu sorri por pensar que talvez não vá ser tão ruim assim ficar longe - você vai conquistar o Hawaii e depois você volta pra gente no Brasil.

(Manoela): Te amo muito, meu surfista - nos separamos de novo do abraço.

(Gabriel): Eu te amo muito mais - acariciou a lateral do meu rosto e por mais que a gente nunca tenha se beijado na frente da minha família e da dele, eu precisei beijá-lo pra poder guardar comigo aquilo, foi um beijo calmo e ele terminou com selinhos.

Fizemos um abraço coletivo e então eu tive que ir, o último abraço foi na minha mãe novamente porque ela com certeza seria a que eu mais sentiria falta.

Antes do avião decolar chequei minhas redes sociais e tinham centenas de postagens dos meus amigos me desejando boa sorte, sorri vendo cada uma delas e depois fechei o celular.
O casaco que o Gabriel deixou comigo tinha seu cheiro e eu o vesti pra me sentir um pouquinho segura, agora essa era a única coisa que me deixava mais perto dele.

SIDE BY SIDEOnde histórias criam vida. Descubra agora