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— POV MANOELA TRINDADE

Na madrugada de domingo Chloe foi embora, me deixando com saudade assim que ela saiu do meu apartamento.

Durante a semana voltei pra minha rotina de faculdade, apartamento, apartamento, faculdade. Algumas vezes saí pra comer com a Ana e João, mas foram poucas vezes, alguns dias me peguei olhando o instagram do Gabriel por pura curiosidade de saber quem era a Fernanda e foi difícil achar a conta dela já que eles não tinham fotos juntos, apenas se seguiam.
Me obriguei a parar de fuçar a conta da garota assim que pensei na possibilidade de seguir ela pra ficar vendo sua vida, aquilo seria ridículo e eu estaria sendo egoísta em querer que o Gabriel não arranjasse alguém, ele merecia ser feliz sendo comigo ou não.

Ele me mandou mensagem algumas vezes e fotos da Austrália, era bom ter ele por "perto" de novo.

Cada dia na faculdade fazia eu me apaixonar ainda mais pelo curso, eu sentia que era aquilo que eu tinha nascido pra fazer e mesmo estando longe do período de fazer estágio eu já estava procurando por um.

Em julho aproveitei as férias pra ficar estudando e relaxando um pouco, minha mãe e meus amigos vem passar uns dias aqui no começo das férias e já estou ansiosa.

(Ana): Eu vou a praia com umas amigas, você não quer ir? - perguntou enquanto mexia no seu armário, eu tava deitada na sua cama.

(Manoela): Não sei, tô um pouco cansada - falei pensativa.

(Ana): Vai ser legal, a gente vai tomar um sol e você vai amar a praia que nós vamos - ela arrumava sua bolsa.

(Manoela): Ok, eu vou - levantei num pulo e corri até o meu quarto pegando o único biquíni que me agradava, arrumei uma bolsa e fiquei apenas esperando a Ana ficar pronta.

[...]

A Ana tinha razão, a praia que fomos era a coisa mais linda do mundo, nós visitamos Haleiwa e agora era mais uma das minhas praias favoritas daqui.

A cor da água me deixava vidrada e aquela imensidão azul me trazia uma certa calma, sempre me senti bem estando perto do mar, era como se nele eu conseguisse me desligar de tudo e apenas respirar tranquila.

Aliás, acabei ficando com um amigo da Ana que nos encontrou por lá, ele era bonitinho e tentou jogar seu charme então dei uma chance.

Antes de ir embora pra casa agradeci centenas de vezes a Deus por ter me dado aquele momento de paz em meio a bagunça que eu estava.

(Ana): Ele gostou de você - disse sugestiva enquanto caminhávamos até o apartamento.

(Manoela): Foi só um beijo, ele não devia criar expectativas de um próximo - falei sincera.

(Ana): Amiga, você precisa aproveitar um pouco mais esse lugar. Tem tanto cara dando mole pra você e você só quer ficar trancada dentro de casa.

(Manoela): Eu vim pra cá pra estudar, amiga e ainda tô me adaptando.

(Ana): Não te custa nada aproveitar as oportunidades que a vida te dá, o Josh deixa na cara que tá afim de você e ele é o cara mais gato do campus, qual é - ela me olhava quase brava.

(Manoela): Você sabe que ninguém aguenta o ego inflado dele - ela riu.

(Ana): Só uns beijos, Manoela - revirei os olhos - não precisa lidar com o ego dele pra dar uns amassos e talvez algo mais...

(Manoela): Não passaria disso, dormir com ele seria como entrar pra lista dele de todas as garotas da faculdade que ele já transou - ela faz uma cara de nojo.

Chegamos em casa e eu estava super cansada, lavei meu cabelo e quando saí do banho fiquei jogada na cama mexendo nas redes sociais. Vi que Chloe tinha postado vídeos em uma festa em São Paulo, senti uma pontada de saudade.

As festas aqui no Hawaii não são nada comparadas as festas do Brasil, não tem aquela mesma bagunça e a música que te tira do chão e te arrasta até o meio da pista.

Durante a semana enquanto voltava pra casa depois de uma longa manhã na faculdade, meu celular começou a tocar e quando olhei o visor era uma ligação do Gabriel.

(Manoela): Oi, surfista - falei assim que atendi.

(Gabriel): Oi, Manu - ele parecia animado - como você tá?

(Manoela): Tô bem cansada, mas bem - ri - e você?

(Gabriel): Tô nervoso, vou competir daqui algumas horas - arregalei os olhos.

(Manoela): Você vai arrebentar, tenho certeza - nem percebi que eu sorria - vai ser televisionado? tô chegando em casa agora.

(Gabriel): Vai, se você estiver assistindo vou ficar mais calmo sabendo que vai estar torcendo por mim - droga, odeio quando ele é fofo.

(Manoela): Sempre vou estar torcendo por você - ficamos em um silêncio um tanto constrangedor.

(Gabriel): Eu tenho uma notícia pra você - disse assim que entrei no apartamento, já fui ligar a televisão.

(Manoela): Boa ou ruim?

(Gabriel): Aí você que vai decidir.

(Manoela): Ok, então me conta - deixei a televisão ligada e fui pro quarto separar uma roupa pra ir tomar banho.

(Gabriel): Vou pro Havaí no final do mês - eu congelei - Manu? Tá na linha?

(Manoela): Você tá brincando comigo - falei sem acreditar.

(Gabriel): Não tô, já comprei a passagem - eu queria chorar.

(Manoela): Tá falando sério mesmo?

(Gabriel): Tô - ele gargalhou - não vou te falar quando vou mas saiba que já já tô aí.

(Manoela): Não acredito, você vai vir competir ou tem algum compromisso por aqui? - ele não podia estar vindo por minha causa.

(Gabriel): Não, eu vou pra te ver - meu sorriso bobo estava de volta - eu soube que você vai entrar de férias então pensei em ir passar uns dias com você.

(Manoela): Eu vou adorar, ainda tô sem acreditar mas tô muito feliz - gargalhei.

(Gabriel): Eu vou ficar mais feliz ainda quando matar a saudade.

Gastamos mais alguns minutos na ligação e quando estava mais próximo da sua bateria precisamos desligar, o desejei boa sorte e então desligamos.

Isso parece loucura, ele vai realmente vir me ver depois de tanto tempo.

SIDE BY SIDEOnde histórias criam vida. Descubra agora