49.

486 39 1
                                    

— POV MANOELA TRINDADE

Na manhã seguinte acordei cedo, todos ainda dormiam e como eu não tinha nada pra fazer resolvi ir dar uma corrida, exitei um pouco mas tomei coragem. Corri por uma hora e voltei pra casa quando já estava bem cansada.

(Manoela): Vocês fazendo o café da manhã é um milagre - brinquei vendo Danilo, Farias e Naka na cozinha.

(Farias): Tá chegando agora? Tava aonde? - perguntou me abraçando de lado.

(Manoela): Fui dar uma corrida - ele assentiu e abracei os outros meninos.

Obviamente eles me encheram de perguntas sobre a minha conversa com o Gabriel na noite passada e me limitei a um "somos amigos de novo e nada mais que isso".

Tomei um banho relaxante e passei a manhã com os garotos e Chloe, depois do almoço estava entretida vendo e respondendo alguns e-mails quando recebi uma mensagem do Kale, aquele que conheci na boate no dia da minha formatura e dei uns pega nele.

"(Kale): me diz que você não tem nenhum compromisso pra hoje

(Manoela): hmm talvez eu não tenha

(Kale): então agora tem

(Kale): você curte museu?

(Manoela): eu amo museu

(Kale): só não vou te dizer em qual vamos. te pego as 19h

(Manoela): estarei pronta"

Eu sorria feito uma idiota e só então percebi que todos me olhavam da sala e me olhavam desconfiados.

(Miguel): A gente tá vendo esse sorrisinho aí, Manoela - eu ri alto.

(Danilo): Não me diga que o... - não deixei que terminasse.

(Manoela): Um amigo me chamou pra sair hoje - falei animada indo pro meu quarto e eles fizeram um coro de "hummmm", não demorou para Chloe aparecer no meu quarto.

(Chloe): Bora desembucha, que amigo é esse? - deitou na minha cama e me observava procurar uma roupa.

(Manoela): Lembra do cara na balada na noite da minha formatura? O loiro que eu não parava de olhar e você me empurrou pra ele - ela me olhava sorrindo.

(Chloe): Meu Deus! Ele é local? - perguntou mais interessada no assunto.

(Manoela): Sim, ele me chamou pra ir em um museu hoje - ela fez careta.

(Chloe): Museu? Que coisa mais chata - eu ri.

(Manoela): Eu gosto de museu e me lembro que você gostava de ir comigo quando estávamos no Rio.

(Chloe): Na verdade eu ia porque gosto de você e não do museu - gargalhamos e joguei uma blusa nela.

(Manoela): Você é uma falsa, Chloe - rimos mais ainda.

Passei o dia ocupada procurando uma roupa e Chloe secava meu cabelo, nem tive tempo de pegar no celular.

Quando era 19h em ponto escutei minha campainha tocar e antes que eu fosse abrir Danilo fez isso por mim.

(Manoela): Porque está arrumado? Aonde vai? - perguntei me aproximando.

(Danilo): O Gabriel chamou a gente pra jantar - assenti com a cabeça - e era pra você ir com a gente.

(Manoela): Desculpa, deixa pra próxima - sorri e lhe dei um abraço rápido.

(Danilo): Cuida bem dela, cara - sorri envergonhada.

(Kale): Eu vou, pode deixar - nós finalmente saímos dali e nossa conversa no carro fluía tranquilamente.

Nós fomos ao museu Epic Aloha, as exposições eram de surf e praia, eu fiquei encantada e tirava foto de quase tudo.

Durante esse date descobri mais sobre o Kale, ele é surfista local, a mãe dele é brasileira e o pai é havaiano, o que explica ele saber falar português. Jantamos no restaurante do museu mesmo e foi incrível, era estranho me sentir tão bem, passei 5 anos morando no Hawaii e tive alguns encontros mas que não deram nada certo, e finalmente eu tinha conhecido alguém que eu me identificava e por ironia do destino eu já ia embora desse lugar amanhã.

(Kale): Se importa se eu perguntar quem era aquele cara no seu apartamento? - estávamos andando na beira da praia, sentindo o vento frio bater no rosto e ouvindo as músicas dos bares.

(Manoela): Não - sorri - ele é meu amigo, ele e mais alguns amigos meu vieram pra minha formatura da faculdade e também pra assistir o campeonato de surfe que teve - seus olhos brilharam quando falei do campeonato.

(Kale): Eles são surfistas?

(Manoela): Só 3 deles, o que te atendeu é o único que não surfa - rimos.

(Kale): Você também foi assistir o campeonato? - assenti com a cabeça - eu também estava lá, como não nos encontramos?

(Manoela): A praia estava lotada e eu não estava na areia - falei com cuidado por medo dele pensar que sou só uma patricinha rica que assiste campeonatos da área vip.

(Kale): Não me diga que assistiu o campeonato do palanque! - falou surpreso e eu assenti com a cabeça - cara, é quase um roubo o preço pra assistir o campeonato de lá.

(Manoela): Sim, mas eu não paguei nada. Sabe o Gabriel Medina? - ele assentiu com a cabeça - ele faz parte da minha roda de amigos, por isso meus amigos vieram assistir o campeonato então a gente ganha as credenciais pra assisitir o campeonato de lá - ele estava com os olhos arregalados.

(Kale): Você é amiga do Gabriel Medina? - assenti - O campeão mundial?

(Manoela): Sim!

(Kale): Caramba, você podia me apresentar pra ele - rimos.

(Manoela): Eu posso sim, mas você vai precisar ir pro Brasil.

(Kale): Pelo visto vou pro Brasil mais cedo - gargalhamos.

Fomos embora e no caminho aproveitei pra responder algumas mensagens que não tinha visto durante o dia. Devia ser umas 23h quando ele me deixou em casa, eu poderia me arrepender daquilo mas eu queria arriscar, o chamei pra subir no meu apartamento e dei graças a Deus que ninguém tinha chegado ainda.

Antes mesmo de entrarmos no meu quarto ele me agarrou e seu beijo era de tirar o fôlego.

Eu queria aquilo tanto quanto ele, queria conseguir me sentir uma mulher normal que fica com caras quando quer e não a Manoela traumatizada de um tempo atrás.

Na manhã seguinte acordei primeiro que ele o meu sorriso de satisfação era impagável.

SIDE BY SIDEOnde histórias criam vida. Descubra agora