Vengeance: Uma história Novas Espécies 1

Capítulo 10

Tiger abaixou o telefone com força fazendo com que a mesa de vidro estremecesse.

- Ela não está em casa!

Slade respirou fundo. Estavam à horas em alerta por causa do desaparecimento de uma professora contratada. Às 13 horas a professora não retornara do horário de almoço e meia hora depois ligaram para Tiger. Slade reconhecia que havia Novas Espécies selvagens que poderiam ter alguma ligação com o sumiço da mulher.

Tiger soltou os cabelos e os balançou, caminhando de um lado para o outro. Depois que deram o alerta, procuraram por todos os prédios da reserva, incluindo o ginásio de esportes, mas não a encontraram. Depois, enviaram oficiais para vistoriar a área em torno dos prédios. Com a confirmação de que Estela Gonçalves não havia sido encontrada o último recurso de Tiger fora procurar pela mulher em sua casa.

- Isso saiu do controle, Tiger.

A porta do escritório de Slade se abriu e Smiley entrou.

- A última residência foi coberta e todos os moradores da Zona Selvagem entrevistados. Ninguém viu a mulher.

Tiger puxou o cabelo e o prendeu novamente.

- E Vengeance? - Slade perguntou, com o celular na mão.

- Ven está na montanha há mais de uma semana.

- Tem certeza?

- Os vizinhos dele não o vêem desde então.

- Ele costuma me procurar quando estou aqui. - Tiger explicou.

Slade franziu a testa.

- Ele sabia quando você chegaria?

- Comentei que viria essa semana. Acha que ele tem algo a ver com isso?

- É um espécie que já causou problemas com mulheres.

- Mas ele não foi visto nas proximidades.

- E se nós não o vimos, mas ele esteve aqui?

Tiger esfregou a testa.

- É possível.

- Ele costuma viver na montanha?

- Ele me disse que gostava de passar uns dias lá. Para caça.

- Não sei de nenhuma habitação na montanha.

Smiley coçou a cabeça.

- Vengeance tem estado muito calmo nos últimos tempos, Slade.

- Algum problema com fêmeas?

- Ele me disse que algumas fêmeas têm pena de sua viuvez e compartilham sexo com ele; outras o temem por ter tentado forçar fêmeas ao acasalamento... - olhou para Tiger, lembrando-se de Zandy. -... mas não foi reportado nenhum problema.

- Vou ligar para Justice.

Tiger rosnou, lamentando ter que ligar para seu líder. Slade digitou o dígito direto para Justice. Depois de alguns toques o espécie atendeu. Slade colocou no viva voz.

- Diga, Slade.

- Temos um problema, Justice. Um bem grande.

- O quê?

- Uma professora da empresa contratada desapareceu.

- Do treinamento para TI?

- Isso.

- Como sumiu?

- Saiu para o almoço e não foi mais vista. Já percorremos nosso terreno e não há sinal dela. Também perguntamos aos habitantes da Zona Selvagem.

- Alguma possibilidade de ter saído da Reserva sem alguém ver?

- Sabe que os humanos não podem circular sem escolta.

Houve um silêncio e Slade apertou a ponte do nariz. Justice rosnou e continuou.

- Não queria perguntar, mas vou... E Vengeance?

- Oficialmente está na montanha.

- Ele pode ter aparecido sem ser visto.

- Também pensamos nisso.

- Slade, envie todos os oficiais para procurarem a fêmea. Não podemos correr o risco desse problema sair da reserva.

- Os outros professores estão sob supervisão de Shadow.

- Mas não podem ser detidos por muito mais tempo.

- Eu sei.

- Seja rápido, Slade. E me ligue logo que tiver notícias.

- Pode deixar.

Slade desligou o telefone e encarou os dois espécies.

- Vamos trabalhar.

Em poucos minutos Tiger convocou todos os oficiais, liberando apenas Shadow e Smiley; os dois ficariam controlando os humanos da empresa de TI. Os melhores rastreadores, entre eles Slade, dirigiram a busca. Seguiram todos os rastros que partiam dos prédios. Até agora não haviam achado nenhum de humano.

Slade ligou para Tiger.

- Peguei o cheiro de vários espécies, mas não reconheci o do Ven.

- Está na floresta?

- Estou. Vou na direção do riacho agora.

- Certo. Estou no muro ao sul.

Slade estava com uma equipe grande e caminharam floresta a dentro, examinando atentamente o terreno. Logo um espécie se aproximou dele.

- Slade, achei um rastro de espécie terminando no riacho.

- Mais nenhum rastro?

- Na verdade o rastro vem da sede.

- Como é?

O homem apontou para os fundos do prédio à distância.

- Do auditório.

- Apenas um rastro?

- Sim.

Slade olhou entre o prédio e a direção do riacho; apertou os lábios.

- Pegue mais dois homens e siga esse rastro.

- Entendido.

Slade suspirou, desejando que algo se revelasse. Estavam lutando contra o tempo.

Queridas leitoras, gosto muito de comentários e sugestões.