Vengeance: Uma história Novas Espécies 1

Capítulo 54

A cena era surreal. Sentada no colo de Vengeance e cercada por dois Novas Espécies imensos. Trust se mantinha calmo, mas Reliance permanecia com o taser na mão.

- Você quer conversar, converse. - Vengeance falou para ela, abaixando o rosto para encará-la.

Estela ergueu o rosto para ele.

- Disseram-me que estava doente.

- Não estou.

Ela olhou para trust, o macho apenas desviou o olhar.

- Achou que eu estava doente?

- Sim. - abaixou os braços que estavam em seu pescoço. - Você foi embora...

- Por sua causa.

- Mas eu não queria que tivéssemos nos separado daquele jeito.

- De que jeito seria melhor?

- Poderíamos ter conversado mais.

- Para quê? Você disse tudo o que queria dizer.

- Não, Ven... - Estela remexeu-se, incomodada. - Eu não disse tudo.

Ele a olhou desconfiado.

- O que mais quer dizer?

Estela inspirou fundo. Agora que estava ali, não sabia exatamente o que dizer. Queria vê-lo, saber que estava bem... E dizer que sentira muita saudade!

- Não quero que fique chateado comigo.

- Eu estou. - declarou com sinceridade.

- Mas eu te expliquei tudo.

Vengeance começou a se ergueu.

- Espere!

- Se vai repetir tudo o que disse, eu ouvi direito da primeira vez.

- Não faça assim...

- O que quer?

- Não podemos ser amigos?

- Não.

- Não? - seu ânimo decaiu. - Eu pensei que, agora que estou de volta às aulas... Poderíamos nos ver.

- Como amigos?

Estela sentiu o rosto esquentar. Como dizer a ele que pretendia ser sua amante, enquanto estava na Reserva?

- Eu poderia visitá-lo...

Ela percebeu emoções passarem pelo rosto marcado, satisfação, dúvida. Estava oferecendo um modo de se verem. Num gesto de força, Vengeance se colocou de pé. Trust e Reliance se aproximaram.

- Se afastem. - Vengeance ordenou.

Quando os dois recuaram, ele abaixou os braços e a colocou de pé.

- Não sou humano, fêmea. Não ajo como os humanos.

A rispidez dele a desanimava cada vez mais. Ele não queria ouvi-la.

- Não fale comigo assim, Ven. Nós nos conhecemos.

- Você disse que não.

- Não, eu disse que precisávamos nos conhecer mais.

- Eu não quero.

- O quê?

- Eu não preciso te conhecer mais. Quero você como minha companheira.

- Eu não posso, Ven.

Ele olhou para os dois oficiais e ergueu a mão.

- Podem ir agora. - olhou para Estela. - E levem ela.