Capítulo 23

2.9K 237 8
                                    

Estela acordou com a brisa acariciando sua pele. Abriu os olhos lentamente e demorou um instante para lembrar onde estava. Seu coração deu um salto ao reconhecer o quarto e sentou na cama. Não havia sonhado!

A janela estava aberta, deixando a brisa perfumada da manhã entrar no quarto. Ouviu barulho vindo da sala e se levantou. Vestiu a camisa e calçou os sapatos e foi até a porta do quarto. Na sala, Vengeance estava parado, olhando através da porta. Estava apenas com uma bermuda e descalço. Como ele era grande! os músculos das costas saltavam e ela corou ao ver os arranhões nelas; ela fizera aquilo.

Ele fungou o ar e se virou para ela.

Ele caminhou até ela, que não se mexeu. Vengeance segurou seu rosto com ambas as mãos e beijou-a no canto dos lábios.

- Bom dia, - a voz parecia ainda mais rouca pela manhã.

- Bom dia.

Ele olhou-a nos olhos, como se procurasse algo.

- Você está bem?

- Quero ir embora.

Ele franziu o nariz.

- Fiz café para você.

Colocou a mão em suas costas e a levou até à mesa. Estela abriu a boca ao ver margaridas amarelas num pote. Pães, mel, manteiga e o bule de café cercavam as flores. Ela sentiu o cheiro de carne.

- Eu queria fazer ovos, mas não cozinho bem. 

Estela franziu a testa, incomodada com a cena familiar e íntima. Ele estava brincando de casinha!

- Preciso tomar um banho.

Ele abaixou a cabeça e a cheirou.

- Você está com o nosso cheiro.

Ela ergueu as sobrancelhas, o rosto esquentando. Imagens dos dois na cama encheram sua mente e corou ainda mais.

Ele a guiou até o banheiro. Estela apenas encostou a porta e tirou a camisa. Vengeance tinha razão; estava com cheiro de sexo. O chuveiro era antigo, mas a água estava bem quente. Lavou todo o corpo, aliviando a tensão. Precisava pensar, precisava encontrar um jeito de escapar.

A água escorreu por seus seios e ela sentiu os mamilos muito sensíveis. Aliás, todo o seu corpo estava sensível. Novamente se lembrou daquela noite. Como explicar que jamais havia sentido tanto prazer num ato sexual como sentira com aquele? Vengeance simplesmente acendera todo o seu corpo.

A porta se abriu e e ele entrou.

- Trouxe roupas.

- Obrigada.

Ele a admirou.

- Sua pele é tão bonita... Nunca conheci uma mulher como você.

- Negra?

- Sua pele não é negra. É... - ele inclinou a cabeça. - Parece café.

- Negra é como se referem à pessoas da minha cor. Negros, pretos...

- Entendi, mas não é a cor.

Ele continuou parado.

- Pode sair? Eu quero me secar.

Ele apenas a olhou. Estela respirou fundo e resolveu ignorá-lo. Secou-se e vestiu a roupa que ele trouxera, uma camiseta e uma cueca boxer. Franziu a testa, mas a vestiu.

Deu a volta por ele e saiu do banheiro.

- Venha. - ele estendeu a mão para ela, mas Estela não a pegou.

Vengeance: Uma história Novas Espécies 1Onde histórias criam vida. Descubra agora