Capítulo 18

3.1K 240 8
                                    


Vengeance lambeu as gotas de suor que escorreram entre os seios de Estela. Ela dizia que não o queria, mas seu corpo se acendia para ele. Segurou os dois montes com as mãos e lambeu o vale entre eles. 

Sentiu as mãos dela em seus ombros, tentando empurrá-lo e recuou para olhá-la. Estela respirava pela boca e seu olhar parecia alarmado.

- Pare...

- Você está gostando...

- Eu não...

Ele deslizou a mão direita por suas costelas, acariciou a barriga e desceu até o púbis. Enfiou o dedo  médio entre os grandes lábios, fazendo-a arfar. Trouxe a mão de volta e a levou o dedo até a boca; chupou-o lentamente.

- É como mel. - ela fechou os olhos e inspirou com força, mostrando desagrado. - Está molhada para mim. - abaixou a cabeça para beijá-la, mas parou ao ver as lágrimas que escorreram pelas faces escuras. - Eu te machuquei? Eu não quis...

Ela chorou com mais força. Vengeance se apoiou novamente nos braços e deixou as pernas dela entre as dele. Inclinou a cabeça para o lado, estarrecido pelas lágrimas. Não gostava de choro.

- Diga-me: eu te machuquei?

Ela abriu os olhos e o ódio que ele viu neles o incomodou. Achava que estava fazendo tudo certo para seduzir aquela fêmea!

- Meu corpo pode me enganar, mas a minha vontade não! - ela cuspiu as palavras, a voz trêmula.

Vengeance lembrou de tudo que aprendera sobre as fêmeas. Era tudo uma questão de domínio. As vezes que compartilhara sexo com fêmeas na Reserva as convencera com suas mãos e boca; elas também disseram que seu corpo era atraente e sentiam prazer em tocá-lo, mesmo que o achassem um macho perigoso. Foram poucas vezes e as fêmeas eram muito corajosas ou piedosas, porém sabia que as recompensara com seu vigor.

Agora, com Estela...

Ela estava excitada, ele sentia seu cheiro e sentiu o seu gosto, mas havia algo mais. Sua vontade  era contra ele? Sentia nojo realmente?

- Eu quero que sinta prazer.

- Eu não quero sentir! Você me sequestrou!

- Quero que seja minha companheira.

- Eu não quero! Não quero ser sua companheira, não quero ser sua nada!

Ven sentiu seu temperamento esquentar.  Não fora agressivo, não tentara tomá-la a força, como fizera anteriormente. Por que ela respondia desse modo? Sua excitação esfriou.

- Vai aprender a me querer.

- Nunca!

Com raiva, ele rosnou para ela, soando muito alto na madrugada silenciosa. Estela deu um grito e ergueu as mãos sobre o rosto, como para se proteger. Vengeance levantou da cama e começou a andar pelo quarto. Estava frustrado, a frustração o deixava com raiva e a raiva o fazia assustá-la!

- Já disse que não vou machucar você! - vociferou. - Não vou ferir você!

Ela ergueu a voz lamentosamente e cobriu o rosto com as mãos; enrolou-se como uma bola, escondendo o rosto contra o colchão.

Vengeance se forçou a respirar ritmadamente como a psicóloga havia lhe ensinado. Uma respiração de cada vez, devagar, devagar... Estela soluçava. Sua raiva aumentou e saiu do quarto, em direção á porta da sala. Saiu na noite enluarada, nu, raivoso, procurando no silêncio da noite a calma que precisava.

Lá fora uma brisa fraca balançava as folhas das árvores enchendo a noite com um farfalhar suave. Grilos cricrilavam indiferentes à raiva dele e Vengeance sentiu vontade de uivar para a lua. Não era um animal, precisava se lembrar sempre. Podia controlar os seus instintos, dissera a psicóloga.

Mas foram os instintos que o fizeram sequestrar Estela. Ele a desejou no momento que a viu rindo entre as borboletas, o sol revelando a pele escura que o fez querer tocá-la. Mentira para Tiger, enganara o seu povo só para tê-la. Valeria a pena?

 Era um macho desprezível! Apenas sua antiga companheira desejara conhecê-lo, amá-lo. A mulher estrela jamais o desejaria realmente. O instinto venceu e ele uivou para a lua, despejando no ar toda a sua frustração.

Sentiu-se acalmar aos poucos. Já não sentia raiva, mas a frustração estava ainda muito forte.

Caminhou para a cabana e entrou, indo direto para o quarto. Entrou no cômodo e encontrou Estela deitada na cama, mas vestida novamente. Ela o olhou com os olhos arregalados.

- Eles deram minha companheira para mim quando éramos mais jovens. Ela foi minha companhia por muito e muito tempo. - colocou as mãos nos quadris. - Ela me amava. Cuidava de mim. Contava as histórias que aprendeu quando criança. Ela me fazia... - abaixou a cabeça. -... ela me fazia feliz. Eu suportava toda a dor que os técnicos causavam, porque sabia que ela cuidaria de mim. Ela... Eu era o amor dela. - caminhou até a cama e sentou. Estela recuou até a cabeceira. - Eu só quero ser feliz novamente. Quero tirar isso daqui... - esfregou o próprio peito. - Só quero sentir amor novamente, Estela. - tocou-a delicadamente. - Só preciso de um pouco do seu amor...




































Vengeance: Uma história Novas Espécies 1Onde histórias criam vida. Descubra agora